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Vai esquentar?

Dirigentes fazem balanço positivo do Brasil nos Jogos de Inverno e prometem mais investimento e até briga por medalhas

MARCEL MERGUIZO DE SÃO PAULO

De novo, não houve medalhas. Mas, em sua sétima participação em uma Olimpíada de Inverno, o Brasil terminou pela primeira vez com algumas últimas colocações, o suficiente para os dirigentes elogiarem a campanha do país.

A "Missão Sochi" levou à Rússia 13 atletas para disputar sete modalidades --quatro delas inéditas para o Brasil--, um recorde de inscritos e de esportes disputados.

O país acumulou últimos lugares em modalidades em que estreava, todas entre as mulheres (bobsled em dupla, patinação artística e esqui aéreo, que recebeu a pior nota).

O chefe da delegação brasileira em Sochi, Stefano Arnhold, também presidente da CBDN (Confederação Brasileira de Desportos na Neve) definiu a participação como "extremamente positiva".

E o presidente da CBDG (Confederação Brasileira de Desportos do Gelo), Emilio Strapasson, afirma que "quem olha apenas como último lugar esquece o esforço". "Estão competindo entre os 30 ou os 20 melhores do mundo."

Em 2014, CBDN e CBDG receberão, cada uma, R$ 1,6 milhão da Lei Piva, que destina 2% do prêmio pago aos apostadores de todas as loterias federais ao Comitê Olímpico Brasileiro (85%) e ao Comitê Paralímpico Brasileiro (15%).

As confederações olímpicas receberão R$ 101 milhões neste ano. Somadas, as modalidades de inverno ganham cerca de 3% dessa verba.

Segundo o COB, foram investidos cerca de R$ 5 milhões nas duas confederações nos quatro anos do ciclo olímpico (2011 a 2014), incluindo R$ 600 mil que custearam a estadia brasileira em Sochi.

"Conseguimos muito em pouco tempo. Se continuarem todo ano sendo últimos, então vou concordar com as críticas. Mas foi a primeira olimpíada de muitos deles. Vai haver evolução", diz o presidente da CBDG.

O consultor Amir Somoggi diz acreditar que as modalidades de inverno estão se tornando bons produtos no Brasil.

"Desde que a Record brigou com a Globo para transmitir os Jogos [de 2010] na TV aberta, isso gerou espaço na mídia que não existia."

INVESTIMENTOS

Todos os representantes do Brasil eram atletas antes de descobrirem os esportes de inverno. Há menos de um ano, dois deles no bobsled (Edson Martins e Fábio Silva) eram apenas do atletismo e uma (Josi Santos, esqui aéreo), da ginástica artística.

Para se adaptar à neve, o bobsled foi treinar no Canadá e comprou trenós usados de Suíça e Mônaco. O esqui aéreo também passou por treinamento na América do Norte.

As confederações contrataram cerca de 20 técnicos estrangeiros, preparadores físicos e psicólogo. Para bancar os gastos, os esportes no gelo têm a verba da Lei Piva.

Já a confederação de neve, além da lei federal, conta com patrocínios privados, apoio do Ministério do Esporte e do Comitê Olímpico Internacional em um total arrecadado de cerca de R$ 3 milhões em 2013.

Segundo o presidente da CBDN, "no próximo balanço este valor já será superior e, logo, vai dobrar". A CBDG também pretende ampliar o investimento para os Jogos de Inverno de 2018, na Coreia do Sul. Uma das primeiras medidas é ter a primeira pista oficial de curling no país.

Apesar das promessas, o consultor em gestão e marketing esportivo e jornalista Erich Beting chama a atenção para pontos críticos."O desempenho muitas vezes é apenas reflexo do empreendedorismo de alguns atletas. Não vejo interesse do COB. Há uma meta?", questiona.

Segundo o COB, o foco dos próximos três anos é na Rio-2016 e os investimentos em esportes de inverno "acompanharão o desenvolvimento natural das modalidades".

Emilio Strapasson afirma que, além do curling, o foco da CBDG para a próxima Olimpíada será na patinação artística e skeleton femininos e o bobsled masculino.

Na neve, o presidente da entidade destaca o desenvolvimento de modalidades como esqui alpino e snowbord.

Uma aposta, mas só para daqui a 12 anos, é o esqui aéreo. "Vai dar resultado até 2026. Pode me cobrar."


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