Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

A minha Copa

Deuses de 1938

POR CARLOS HEITOR CONY

A Copa que mais me marcou foi a de 1938, na França. Eu tinha 11 anos e já era um torcedor alucinado do Fluminense, que havia sido tricampeão carioca, perderia o campeonato de 1939, mas seria bicampeão em 1940 e 1941, tornando-se o único time nacional que teria sido hexacampeão.

Perdeu a oportunidade porque quase todos os seus craques formavam a base para seleção que por muito pouco teria sido campeã do mundo.

Foi praticamente a revelação do Brasil no cenário do futebol, com Leônidas da Silva, que era do Flamengo, inventando a bicicleta, e Domingos da Guia, que dentro da área provocava o adversário para driblá-lo, de forma humilhante.

Aliás, foi o perfeccionismo do maior zagueiro de todos os tempos, que cometeu o pênalti que daria a Copa do Mundo à Itália, conquista que seria a moldura patriótica ao regime fascista de Mussolini.

Ouvia os jogos pela voz de Gagliano Neto, creio que o primeiro locutor brasileiro a transmitir jogos no exterior. Pela primeira vez, também, o Brasil parou para torcer pelo título, tornando o futebol um dos ingredientes mais importantes do orgulho nacional e colocando o Brasil entre os grandes favoritos das Copas seguintes.

Nem mesmo perdendo a Copa de 1950 para o Uruguai, nossa seleção sempre figurou entre as maiores do mundo, condição que foi provada pelo título de pentacampeão.

Entre 1938 e 1950, não houve Copa do Mundo por causa da 2ª Guerra Mundial. Não fora isso, o Brasil já poderia ser hexacampeão há muito tempo.

Não seria, por causa da pouca idade e da preguiça de consultar o Google, capaz de escalar o nosso time naquela Copa de 1938. Torcedor do Fluminense, que serviu de base para aquela formação, até hoje considerada pelos entendidos como das mais notáveis do nosso futebol, nunca esqueci que o time do Fluminense poderia ostentar o título de hexacampeão carioca.

Só para lembrar os deuses daquele tempo, que brilharam no Rio e na França: Batatais, Moisés e Machado, Santa Maria, Brant e Orozimbo Sobral, Romeu, Russinho, Tim e Hércules. Colocando-se os dois gigantes do Flamengo (Domingos e Leônidas), teríamos praticamente a seleção brasileira daquele tempo.

Sem falar dos jogadores reservas que quase todos tiveram a oportunidade de integrar a seleção dos titulares: Perácio e Patesko (a fabulosa ala esquerda do Botafogo), o goleiro Walter (também do Flamengo), Luizinho, ponta direita do futebol paulista. Sem esquecer Romeu Pellicciari, considerado o maior armador de todos os tempos, no mesmo nível de Didi e Gérson.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página