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Prancheta do PVC
PAULO VINÍCIUS COELHO
Clássicas diferenças
Num domingo como o de ontem, mais fácil ver um bom jogo de manhã e ir para o churrasco à tarde
O jogo chocho, a eliminação e o meio de campo espaçado contra o Penapolense evidenciaram que o Corinthians ainda está bem longe de ter um novo time.
O São Paulo sem quatro titulares --Souza machucado era um deles-- também não está. Em uma semana, o bom clássico da semana passada não deixou vestígios.
O Campeonato Paulista não exige provas semanais de força, mesmo com o risco de eliminação precoce, como no caso do Corinthians.
Também não exige provas de lisura. A discussão será se o São Paulo não se esforçou propositadamente para eliminar o rival. Quem quiser apontar o dedo na direção certa que aponte para a Federação Paulista, madrasta do regulamento que permitiu tal estupidez.
Ou aponte para o time de Mano Menezes, que só dependeu do São Paulo, porque ficou seis jogos sem vencer. Ontem, esperou o Penapolense em boa parte da partida. Queria o contra-ataque.
A distância entre a defesa e o ataque ainda é enorme. Quando recupera a bola, Jadson escapa para o lado esquerdo, Luciano para a direita, mas não há a aproximação necessária com os três volantes -- Ralf, Guilherme e Bruno Henrique (veja ilustração).
O domingo no país do futebol foi dos reservas. Em Minas, o Atlético escalou o bom menino Marion; em Porto Alegre, o Grêmio preferiu Matheus Biteco e Léo Gago a Barcos e Zé Roberto. Atlético, Grêmio, São Paulo e o Flamengo que empatou com o Bangu, todos estavam classificados para as fases decisivas dos Estaduais. Em Minas, as finais começam semana que vem. No Rio e em São Paulo, só no dia 29.
Os domingos sem futebol de alto nível são um tiro no pé do futebol brasileiro, mesmo em contraste com as quartas-feiras de Libertadores.
O único clássico ontem nos quatro maiores Estaduais foi Fluminense x Vasco.
Pela manhã, quem ligou a TV fartou-se. O Liverpool é o melhor time da Inglaterra no momento. Venceu o Manchester United por 3 x 0 na casa do rival e pode quebrar um jejum de 24 anos sem o título inglês.
"Hoje variamos usando um diamante", disse o volante Gerrard, ao explicar a mudança tática da equipe. Os volantes Allen e Henderson marcavam os laterais do Manchester, enquanto os velozes Sturridge e Sterling ligavam os contra-ataques.
Parece que não, mas o futebol brasileiro concorre com NFL e NBA e perde público também para os campeonatos internacionais. Num domingo como o de ontem, mais fácil ver um bom jogo de manhã e ir para o churrasco à tarde.
Domingo que vem, Santos e Palmeiras disputam o prêmio de campeão da primeira fase --quase nada! Na mesma hora, Cristiano Ronaldo e Messi lutarão pela liderança na Espanha. Muita gente vai preferir Real x Barça.
O único jeito de concorrer é acabar com os jogos semi-amadores do primeiro semestre do Brasil.
TEMPO AO TEMPO
Os Estaduais não fizeram vítimas entre os técnicos. Eduardo Húngaro, do Botafogo, é o mais ameaçado. Sempre cai pelo menos um antes do Brasileirão. É o maior atraso aqui. Bredan Rodgers faz o Liverpool jogar o mais forte futebol da Inglaterra. Foi sétimo ano passado. E se fosse demitido?
NOVO ITALIANO
O lateral Jonathan, ex-Cruzeiro e Santos, foi o autor de um dos gols da Inter de Milão, no sábado, na vitória sobre o Verona por 2 a 0, na 28ª rodada do Campeonato Italiano. Sua declaração à imprensa: "Se Prandelli [Cesare, técnico da seleção italiana] quiser, jogo a Copa pela Itália!"