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Super sincero
Osasco joga hoje para quebrar recorde que já dura 18 anos na Superliga e até o técnico do rival Brasília aposta em uma vitória da equipe paulista
"Eles merecem o recorde. Estará em boas mãos", antecipa-se Sergio Negrão.
O jogo é hoje à noite e abre as quartas de final da Superliga feminina de vôlei. Mas o técnico do Brasília já prevê a derrota para o Osasco.
A queda histórica, porém, deve ser outra: a do recorde de 26 vitórias consecutivas que completou 18 anos nesta semana. A marca a ser batida é do Leite Moça, de Sorocaba, campeão invicto da Superliga de 1995/96, comandado justamente por Negrão.
"Não estou preocupado, já falei com o Luizomar [de Moura]. Ser campeão invicto ainda é uma marca minha", recorda Negrão, provocando o treinador do Osasco que foi seu auxiliar em outros times.
A sinceridade de Negrão faz sentido. O Brasília, oitavo colocado na fase de classificação, venceu dez e perdeu 16 jogos. E na partida de hoje ainda tem os desfalques da capitã Paula Pequeno e da levantadora Camila Adão.
Já o Osasco joga em casa após 26 vitórias, nenhuma derrota e 11 sets perdidos contra os outros 13 times. Se vencer, supera o Leite Moça que perdeu nove sets em competição que tinha dez equipes.
"Lembro que após um jogo o diretor puxou nossa orelha porque tínhamos perdido um set e só ganhávamos de 3 a 0", afirma a central Ana Paula, um dos destaques daquele Leite Moça.
A musa do vôlei, que hoje mora em Los Angeles (EUA), ao saber da chance de quebra do recorde, disse que não iria secar o time de Osasco.
"Não vou torcer contra, apenas vou torcer a favor do Sergio [Negrão] e da Leila", brinca Ana Paula, em referência à ex-companheira de seleção brasileira que é a presidente do clube brasiliense.
Além do mesmo patrocinador (Nestlé), outra semelhança entre as equipes foi ter perdido jogadoras importantes antes do recorde. Nos primeiros jogos de 1995, o Leite Moça ficou sem Ana Moser, sua principal atacante, que sofreu uma grave lesão no joelho.
Atual vice-campeão, Osasco ficou sem Jaqueline (que estava grávida) e Fernanda Garay (que foi jogar no exterior) ainda no ano passado.
"Esse ano é o que menos imaginava bater esse recorde. No começo, até ouvimos que não éramos favoritas. Isso deu motivação para mostrar a força do grupo", afirma Thaisa, destaque do Osasco ao lado de Sheilla, Adenízia e Camila Brait, todas da seleção como eram Ana Paula, Fernanda Venturini, Denise e Ricarda, há 18 anos.
"Aquela foi uma geração incrível, um time imbatível. O nosso é de guerreiras e tem passado dificuldades para vencer os jogos", diz Thaisa.
"Ninguém se sentia estrela naquele time. Foi um ano perfeito, mas emocionalmente o título mais difícil [foram tri] pela ausência da Aninha [Moser]", recorda Ana Paula.
NA TV
Osasco x Brasília
19h SporTV