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Juca Kfouri

O mau anúncio

Pelo que já está sendo publicado pelo mundo afora, o Brasil não venderá uma boa imagem na Copa

A LISTA É INTERMINÁVEL.

Nos últimos dois meses fui procurado da TV chinesa ao principal jornal japonês, passando por todos, eu disse todos, os veículos mais importantes do mundo, da rádio Mitre de Buenos Aires ao "The New York Times", além de jornais e revistas semanais e TVs europeias e americanas, assim como publicações do Canadá, da Áustria, da Noruega e do Equador que desconhecia.

Exercitei, segundo o ministro Bonifácio Patriota, digo, Aldo Rebelo, o melhor lado de meu complexo de vira-lata porque não tive como deixar de concordar com a perplexidade generalizada que a nossa Copa causa de Itaquera a Manaus, passando por Cuiabá e adjacências.

O retorno do que vem pelo mundo afora é desanimador.

Jornalistas estrangeiros têm o bom hábito de mandar de volta às suas fontes o que publicaram. Mais: alguns veículos, como as revistas "The New Yorker" e "Sports Illustrated" têm departamentos de checagem para saber se o que foi dito está fielmente reproduzido.

Nada que eu tenha dito você deixou de saber aqui ou em meu blog, no rádio ou na TV. O que me impressiona é o que outras fontes dizem tal e qual --ou deixam de dizer e são ridicularizados, porque o que os jornalistas veem desmente o que ouvem. Tem jornalista da TV alemã que fez o chefe do COL nacional interromper a entrevista quando perguntado sobre transparência e que teve a porta da casa do ex-presidente da CBF, em Boca Raton, batida em sua cara.

É óbvio que nestas alturas do campeonato as autoridades mais sensíveis do governo brasileiro têm noção do tamanho do prejuízo e correrão em busca de minimizá-los.

Bonifácio Patriota, digo, Aldo Rebelo, causa gargalhadas além fronteiras --e sua frase sobre os atrasos das noivas nos casamentos a que comparece só leva a inevitável pergunta sobre se as igrejas também não estavam prontas.

Seria trágico em quaisquer circunstâncias, mas poderia ser cômico não fossem as mortes de trabalhadores neste país campeão em acidentes de trabalho.

Claro que sempre resta a esperança de que na hora agá esteja tudo pronto e dê tudo certo em novo milagre brasileiro. Mas no momento em que se lembra, com tristeza, o tal milagre de 50 anos atrás, não há por que acreditar em outro, a não ser como farsa da farsa, sem que a soma de menos com menos dê mais.

Soube que uma jornalista do comitê da Copa de Brasília anda dizendo que eu sempre digo as mesmas coisas, repetitivo nas críticas. Ela tem razão.

Duvido, no entanto, que ela tenha ido ao Mané Garrincha porque, presumindo sua honestidade, terá visto uma obra linda por fora e mal acabada por dentro, além de superfaturada e com cadeiras que obrigam o uso de binóculos. É como veremos uma boa Copa no Brasil.


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