Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Morre Luciano do Valle, locutor de 10 Copas

MEMÓRIA Narrador de 66 anos teve morte súbita após passar mal em voo para Uberlândia, onde transmitiria jogo

DE SÃO PAULO

A apenas 53 dias do início da Copa, calou-se ontem uma das vozes mais marcantes do jornalismo esportivo nacional.

O locutor Luciano do Valle morreu aos 66 anos após passar mal dentro de avião com destino a Uberlândia, onde hoje transmitiria para a TV Bandeirantes o jogo Atlético-MG x Corinthians, pela rodada inaugural do Brasileiro.

Antes mesmo de embarcar, segundo relato do repórter Fernando Fernandes, que o acompanhava, Luciano se queixava de dores nas costas.

Pálido e com dificuldade para respirar, perdeu a consciência quando o avião descia em Uberlândia e seguiu em ambulância para o hospital Santa Genoveva. Mesmo após atendimento do cardiologista Roberto Botelho, não resistiu e morreu às 16h15.

A causa não foi divulgada. O corpo passaria por necropsia. O velório será na Câmara de Campinas. O enterro é hoje, às 16h, no Parque Flamboyant, na mesma cidade.

Além da fama pelas suas narrações nas dez Copas e dez Olimpíadas que cobriu, Luciano se notabilizou pela contribuição ao esporte brasileiro em várias frentes.

É considerado até hoje um "patrono" do vôlei do país. Organizou, por exemplo, o jogo entre Brasil e União Soviética, no Maracanã, em 1983.

O amistoso no Rio registrou um dos maiores públicos da história da modalidade: mais de 95 mil presentes.

O momento coincidiu com o boom do vôlei nacional, com torneios fortalecidos e a formação de uma seleção brasileira masculina de alto nível com Renan, Montanaro, Bernard e Bernardinho.

Uma geração que ficou conhecida como "de prata" --pelo segundo lugar nos Jogos de Los Angeles-1984--, mas abriu caminho para títulos.

A identificação tão grande gerou a alcunha de Luciano "do Vôlei". Sua atuação, porém, não ficou restrita a isso.

Desde o início no rádio em Campinas, onde nasceu, logo se destacou. Passou pelas rádios Gazeta e Nacional, já em São Paulo, foi contratado pela TV Globo em 1971.

Narrou os dois títulos mundiais de Emerson Fittipaldi na F-1, em 1972 e 1974, e sempre se associou à velocidade.

Trouxe a transmissão da Indy pela tevê para o Brasil, nas décadas de 80 e 90, e depois ajudou a trazê-la, de fato. São Paulo recebeu etapas da categoria de 2010 a 2013.

Uma grife por si só, ajudou a cunhar outras. Criou os termos "Magic" Paula e "Rainha" Hortência, famosos até hoje. Tornou a Bandeirantes o "canal do esporte", com direito a mais de dez horas dominicais de transmissão esportiva no programa "Show do Esporte", na década de 90.

Além de Globo e Band, também trabalhou na Record.

Luciano promoveu a carreira de Adilson Rodrigues, o Maguila, até hoje o principal peso pesado brasileiro.

Em 2012, um AVC (acidente vascular cerebral) o tirou da mídia por um ano --voltou à ativa no ano seguinte. Seu último ato foi transmitir a final do Paulista, Santos x Ituano, há uma semana.

Ele deixa a mulher, a apresentadora Flávia Comin.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página