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Prancheta do PVC

PAULO VINÍCIUS COELHO

O tempo faz milagres

É possível formar equipes fortes, como o Atletico de Madri, mesmo com menos craques do que os rivais

O Bayern é o líder no critério posse de bola na atual edição da Champions League. Tem 69% do tempo com a bola no pé. É o mesmo modelo com que Guardiola conquistou dois títulos europeus pelo Barcelona. Quando tem a pelota, o Bayern também tem paciência. Quando não a tem, esforça-se para recuperá-la ainda no campo de ataque.

Esse é o jeito de jogar mais vencedor da última década. Só não é o único. Dos quatro semifinalistas, só o Atlético de Madri tem média inferior a 50% do tempo com a bola no pé --49%. Fora o Bayern, só o Real Madrid está entre os cinco melhores nesse ranking.

Ter a bola não é sinônimo de vitória. No Brasileirão passado, o São Paulo foi campeão em posse e nono colocado na tabela. Nunca brigou pelo título.

Na Inglaterra, o Manchester United ganhou o campeonato passado e foi o sétimo no ranking de "possession", como se diz lá.

A Espanha vinha sendo o país onde a posse de bola representava títulos. É mais justo dizer que isso acontecia porque o Barcelona era melhor do que seus rivais.

O Atlético de Madri é o patinho feio dos finalistas da Champions League e, ao mesmo tempo, o mais querido. Muitos torcem porque é, aparentemente, mais fraco.

Não é que Simeone não goste do estilo do Barcelona. É que não tem jogadores para repeti-lo.

Compensa essa deficiência com precisão cirúrgica nas bolas paradas, como no escanteio do primeiro gol contra o Elche, na Sexta-Feira Santa.

Dos semifinalistas, é quem mais depende --e aproveita-- das faltas e escanteios --31% de seus gols começam assim.

Simeone está no comando do Atlético desde dezembro de 2011. Quando chegou, seu time estava em décimo lugar no campeonato nacional, 21 pontos abaixo do líder Barcelona. O tempo ajuda a fazer milagres, ainda que sempre se possa perguntar o que nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?

Um time faz sucesso porque o técnico tem tempo para trabalhar ou o técnico trabalha mais tempo porque ganha jogos? Não há receita pronta para nada, mas isso não é licença para ficar em cima do muro.

A Série A começou há dois dias. Tem 20 clubes, dos quais 18 têm treinadores empregados há menos de um ano --as exceções são Cruzeiro e Palmeiras. É uma das razões de não haver grandes times.

É claro que o tempo não explica tudo. É mais fácil pensar no Cruzeiro disputando o título do que no Palmeiras, embora Gilson Kleina tenha três meses no cargo a mais do que Marcelo Oliveira.

Se Simeone ganhar a Liga dos Campeões com seu time estilo Libertadores não será um novo modelo para se copiar.

A lição não é essa, mas a de que é possível formar equipes fortes mesmo com menos craques do que os rivais. Pode ser assim se houver método, estudo e tempo.

EQUILÍBRIO?

É muito difícil apontar o favorito ao título brasileiro. O Cruzeiro é uma possibilidade. Ganhar na primeira rodada com o time reserva é um bom sinal. O Cruzeiro tem time e tem banco. E isso é sempre muito importante numa campanha que durará dois turnos, oito meses, como a do Campeonato Brasileiro.

BOAS NOTÍCIAS

Pato jogou muito bem e participou dos principais lances na vitória do São Paulo. Mas a melhor novidade foi a escalação de Boschillia. Não só pelo fato de ele ser promissor. Também por Muricy escalar um jogador de Cotia, da base, como ocorria em seu início como técnico, campeão da Copa Conmebol.


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