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Sorte ou azar

Governo quer implantar sistema oficial de apostas em jogos do futebol brasileiro já no ano que vem para coibir apostas ilegais em sites estrangeiros

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

O governo federal pretende implantar no Brasil, em 2012, um sistema de apostas em partidas de futebol semelhante ao de países europeus.

As apostas seriam feitas em casas especializadas ou por meio de um site e envolveriam os jogos do Campeonato Brasileiro, da Copa do Brasil e dos Estaduais. E trariam ao país o fantasma da manipulação de resultados, problema mundial do futebol.

A Caixa Econômica Federal e o Ministério da Fazenda estão trabalhando num projeto para alterar a lei que regula as loterias no Brasil. A lei atual só permite que a Caixa faça jogos por rateio (que distribui parte da arrecadação entre os premiados).

A nova modalidade teria as apostas bancadas (que pagam o prêmio de acordo com a cotação das apostas), o que não é permitido no país.

Segundo estudo da FGV, encomendado pelo Ministério do Esporte, que deu início às discussões no governo, as apostas esportivas de brasileiros movimentaram cerca de R$ 600 milhões em sites estrangeiros no ano passado.

O valor é maior do que o arrecadado com patrocínio por todos os clubes da Série A e seis vezes mais do que a Timemania movimenta. Como as apostas são feitas em sites no exterior, os clubes brasileiros não faturam nada.

O projeto em análise na Caixa e no Ministério da Fazenda ainda não definiu se os times vão receber parte do dinheiro apostado.

Na Europa, os governos faturam alto com impostos pagos pelos donos das loterias. Já os clubes só recebem indiretamente ou por meio de patrocínios. Real Madrid e Milan são alguns dos times que já faturaram com esse tipo de publicidade em suas camisas.

A SEAE (Secretaria de Acompanhamento Econômico) do Ministério da Fazenda se reuniu em outubro com a entidade que congrega loterias em vários países, sinalizou que o governo estuda sua implantação e estudou modelos de operação de apostas de França, Itália e Grécia.

"Já temos apostadores no Brasil, mas esse dinheiro vai embora daqui. O que fazemos é cumprir nosso papel, que é propor novas modalidades de jogo", declarou o superintendente de loterias da Caixa, Gilson Cézar Pereira Braga.

Especialistas estrangeiros dizem que o Brasil poderia arrecadar R$ 30 bilhões por ano com as apostas esportivas. Com todas as loterias já existentes, a Caixa arrecadou R$ 10 bilhões em 2011.

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