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Juca Kfouri

Na minha casa ou na sua?

A velha pergunta dos casais de namorados maduros é a mesma de sempre nos mata-matas do futebol

SEIS dos oito times classificados para as quartas de final da Taça Libertadores da América jogaram fora de casa a segunda partida das oitavas.

O argentino San Lorenzo, em Porto Alegre; o paraguaio Nacional, em Buenos Aires; o também argentino Arsenal, em Santiago; o brasileiro Cruzeiro, em Assunção; o colombiano Atlético Nacional, em Belo Horizonte, e o terceiro argentino Lanús, em Torreón, no México.

Sim, três argentinos e apenas um brasileiro.

Os quatro finalistas da Liga dos Campeões e da Liga Europa também se classificaram jogando o jogo de volta fora de casa: o Real Madrid, em Munique; o Atlético de Madri, em Londres; o Benfica, em Turim, e o Sevilla, em Valencia.

O que mantém viva a velha polêmica sobre o que é mais vantajoso: jogar a primeira ou a segunda partida em casa?

Teorias há para escolher qualquer uma das alternativas e os números de 2014, nos mais importantes torneios continentais, desta vez, consagram jogar em casa na ida.

Fato é que o futebol anda falando mais espanhol que português, tanto na Europa quanto na América, embora Camões esteja representado nos dois continentes, enquanto não se ouve inglês, nem alemão, nem italiano, nem francês no Velho Mundo.

Porque parece que nem os alemães do Bayern se entenderam com o espanhol Pep Guardiola, nem os ingleses do Chelsea entenderam o português de José Mourinho, diferentemente dos espanhóis do Real Madrid que se deram bem com o italiano de Carlos Ancelotti e, é claro, os do Atlético de Madri, sem problemas com o castelhano argentino de Diego Simeone. "Sime one", os colchoneros provocaram o luso Mourinho "the special one".

Se o dérbi madrilenho decidirá a Liga dos Campeões, como se o Majestoso decidisse a Libertadores, é preocupante constatar que apenas o campeão brasileiro segue vivo.

Enquanto os campeões mundiais espanhóis dão as cartas na Europa, com três dos quatro finalistas nas taças de clubes, os anfitriões da Copa do Mundo, com grande possibilidade de chegar ao hexacampeonato, fracassam, apesar de nada impedir que o Cruzeiro ganhe o quinto título seguido para o futebol nacional na Libertadores. Aliás, o time mineiro é favorito, principalmente se passar pelo próximo obstáculo, exatamente o mais difícil, o San Lorenzo.

Enfim, vale repetir, nem o hexacampeonato da seleção, nem o penta de um clube brasileiro no torneio continental esconderão o mau momento técnico de nosso futebol.

Mas, afinal, na minha casa ou na sua?, perguntaria à rara leitora.

Prefiro na minha para começar e na sua depois se tudo tiver ido bem na minha.

Em caso contrário, ou em casa contrária, melhor na sua no primeiro encontro, porque se for mal, na minha sempre se poderá mandar a visita embora.


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