Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Juca Kfouri
A escolha de Felipão
O técnico detesta lobbies e, quanto mais um jogador é pedido, menor é a chance dele; mas o que é lobby?
Depois de amanhã conheceremos os 23 eleitos para buscar o hexacampeonato.
Se há uma crítica que não se pode fazer a Felipão é a de fazer escolhas políticas.
Certo ou errado do ponto de vista do torcedor, ou dos jornalistas, o técnico não se deixa influenciar, Romário que o diga.
Aliás, aquilo que, por equívoco, é chamado de lobby, invariavelmente é contraproducente.
Tirante alguns canastrões que pedem este ou aquele jogador para defender interesses de seus patrocinadores, em regra o que se chama de lobby é apenas a opinião de um ou de muitos especialistas.
Razão pela qual não se defenderá aqui a convocação de Miranda, tão discreto fora de campo como exuberante dentro, embora tenha jogado mal ontem, na derrota colchonera para o Levante, o que pode ter sido decisivo na cabeça do treinador.
Em dúvida entre Miranda, Dedé, mais bem avaliado no mano a mano, e Henrique, capaz de jogar nas duas posições da zaga e como volante, além de homem de confiança de Felipão, o treinador se fecha.
Seja como for, ambos os rivais de Miranda não estão habituados a enfrentar nem Cristiano Ronaldo nem Lionel Messi, os dois melhores atacantes do mundo.
Seja como for, a dúvida é sobre um reserva.
Mas, enfim, desculpa aí, professor!
Que os deuses dos estádios o iluminem neste dia 7.
BRASILEIRÃO
O elenco do Cruzeiro, duas vezes fora de casa, já deu o ar de sua graça e mostrou por que o bicampeonato é palpável.
Marcelo Oliveira sorri.
O Fluminense, em seu primeiro embate contra um time que não veio da Série B, caiu diante de mais de 50 mil torcedores no Maracanã e para um Vitória que não chega a ser candidato a nada.
Cristóvão Borges lamenta.
Entre Pato e Ganso, o São Paulo patina e as escolhas de seu técnico são contestadas.
Muricy Ramalho se irrita.
O Santos esqueceu o caminho do gol ou lembrou que o Paulistinha é uma coisa, o Brasileirão outra.
Oswaldo de Oliveira se incomoda.
Bem mais difícil é a situação de Gilson Kleina que, sem elenco, e se durar, terá de evitar nova catástrofe na vida palmeirense, no ano de seu centenário.
A virada de 4 a 2 que o time levou no Maracanã, depois de fazer 1 a 0 e 2 a 1 sobre o fraco Flamengo, revela quão nobre é a missão.
Finalmente, o Corinthians de Mano Menezes.
Que coisa mais feia!
O primeiro tempo contra a Chapecoense foi dessas ofensas que o futebol não merece, com muito mais pé na canela que na bola.
No segundo, as coisas melhoraram levemente, porque era impossível piorar.
E Guerrero fez o gol que deu a liderança do Brasileirão ao Alvinegro, o que dá bem a medida do nível técnico do campeonato.
Para quem gosta de resultados, eis aí: se o campeonato tivesse acabado ontem, o Corinthians era hexacampeão...