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Mais um loco

Fã de Roberto Rivellino e fluente em português, Alejandro Sabella, técnico da Argentina, passou pelo Corinthians

ALEX SABINO DE SÃO PAULO

Como técnico, Daniel Passarella não fez sucesso no Corinthians. Ficou apenas quatro meses no comando da equipe, antes de ser demitido, em maio de 2005. Mas seu auxiliar deixou saudades.

"O Alê era sensacional. O Passarella é fechado, ficava isolado. Mas o Alê se misturava com todo mundo", afirma o lateral Gustavo Nery.

"Alê" é Alejandro Sabella, técnico que no próximo mês vai comandar a Argentina na Copa do Mundo no Brasil. Futebol de um país que, apesar da rivalidade, nunca escondeu admirar.

"Ele sempre falava dos jogadores brasileiros antigos. Especialmente do Rivellino. Tinha muita admiração por ele", relembra Betão.

Alejandro Sabella surpreendeu a todos no Parque São Jorge. Falava português. "Não era perfeito. Mas se virava muito bem. Todos entendiam", diz o médico Paulo Faria, que trabalhava no departamento profissional.

Passarella e Sabella desembarcaram no Corinthians quando o Corinthians vivia do dinheiro da MSI, controlada por Kia Joorabchian.

Não deu certo. Apesar de contar com jogadores famosos e caros, como Tévez, Mascherano, Roger e Carlos Alberto, o time naufragou.

A pá de cal foi a derrota por 5 a 1 contra o São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro.

"O Daniel [Passarella] era sujeito muito desconfiado. O Alejandro [Sabella] era quem sentava para comer junto com o elenco, era amigo de todo mundo", comenta Luciano Signorini, então assessor de imprensa do clube.

Além da dificuldade em fazer o elenco render em campo, o treinador enfrentava problemas pessoais. Lembrava-se da morte do filho Sebastián, em um acidente de trânsito. Ficava deprimido.

Quem tinha de administrar a situação no Corinthians era Alejandro Sabella.

"Ele resolvia tudo. Qualquer problema era o auxiliar que cuidava. A gente levava para o Alê. Não para o Passarella", revela Gustavo Nery.

RIO GRANDE

A relação de Sabella com o futebol brasileiro começou na década de 80. Em 1986, ele jogou no Grêmio.

Não foi uma passagem marcante para o clube, mas para o então meia, sim. Tanto que ele passou a repetir, como técnico, algum dos mantras que aprendeu com Valdir Espinosa, com quem trabalhou no Olímpico.

"A partida de futebol é ganha sempre pela equipe que ocupa melhor os espaços", repetia constantemente.

A história mais lembrada sobre Sabella era o medo que ele sentiu de ir a Santos. Pela janela do ônibus leito, via o veículo passar perto dos desfiladeiros da Serra do Mar.

Não resistiu. Vomitou.

"Ele foi de ônibus, mas voltou de carro. O Tevez foi a mesma coisa. Também vomitou", se recorda Paulo Faria.

O atacante era motivo de tensão também para Sabella já naquela época.

Nove anos antes de não levá-lo para a Copa do Mundo, ele tinha de ouvir constantemente as reclamações de Passarella quanto ao jogador que era ídolo da torcida e xodó de Kia Joorabchian.

"Olha esse Tévez. Na Argentina, é jogador comum. Há um monte igual a ele", costumava dizer.

Sem Passarella e depois do Corinthians, "Alê" lançou voos solos. Foi campeão da Libertadores pelo Estudiantes, em 2009. Deu tão certo que vai em busca do título mundial para a Argentina.


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