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Felipão abandona estilo 'paz e amor' após treino ruim
Técnico dá bronca em Maicon, Dante, Júlio César e David Luiz e diz que 'há muita coisa errada'
Bastaram apenas dois treinos coletivos para o técnico da seleção, Luiz Felipe Scolari, deixar a calma de lado e impor o seu estilo.
Sem poder contar com dois titulares, Thiago Silva e Paulinho, Felipão interrompeu o treino diversas vezes, reclamou da marcação, pediu para os jogadores cometerem faltas e encerrou o treino dizendo que tudo deu errado.
O lateral direito Maicon, que foi testado no segundo tempo no lugar de Daniel Alves, foi o principal alvo da bronca do técnico.
Os zagueiros Dante e David Luiz e o goleiro Júlio César também ouviram as críticas públicas de Felipão.
"Não adianta ter dez marcando se não souber marcar", gritou o treinador aos defensores após uma cobrança de escanteio, que foi repetida por causa da falha do time.
Com a sequência de erros no treino, Felipão esqueceu o tom diplomático que havia adotado há uma semana, quando a seleção começou a se preparar em Teresópolis.
"Não gostei do treino, não gostei nada. Tudo errado. Muita coisa errada. Muita liberdade, muito contra-ataque, uma série de detalhes que não é o normal da seleção", disse o treinador, em entrevista ao "Esporte Espetacular", da TV Globo.
O coletivo foi o último antes do amistoso contra o Panamá, nesta terça-feira (3), em Goiânia. O jogo será o primeiro no período pré-Copa. Na sexta, a seleção enfrentará a Sérvia, no Morumbi.
Para o jogo no Serra Dourada, o treinador não vai contar com os volantes Paulinho e Fernandinho e nem com o zagueiro Thiago Silva, que já tinha sido excluído da equipe titular no sábado (31).
Paulinho machucou o tornozelo numa dividida com Bernard no sábado.
Já os outros dois jogadores foram poupados para evitar um desgaste excessivo antes do início do Mundial.
Sem os dois titulares, Felipão ensaiou a equipe com Dante e Hernanes.
Depois da bronca em campo, Dante não quis nem polemizar com o técnico.
"Estávamos desatentos [na defesa]. Demos uma cochilada mesmo", disse o zagueiro do Bayern de Munique.
DOR DE CABEÇA
Destaque nos dois primeiros coletivos da seleção brasileira na Granja Comary, o meia Willian, do Chelsea, se tornou "uma boa e grande dor de cabeça" para o técnico Luiz Felipe Scolari.
O ex-corintiano atuou na equipe reserva, fez um belo gol e foi o responsável por uma série de contra-ataques.
"Ele é uma boa e grande dor de cabeça, principalmente quando se movimenta como meia. Tem treinado muito bem também. Ele busca, organiza, sabe trabalhar a bola, joga curto. É um jogador que deve receber boas oportunidades", disse o treinador.
Willian foi um dos últimos a ganhar a vaga no grupo que vai disputar o Mundial.