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Juca na Copa
Frio na barriga
É inevitável. Não há o que se possa fazer diante da ansiedade da estreia ou do medo do próximo rival
O MELHOR é jogar, estar em campo.
Quem dera poder pisar no gramado do estádio corintiano para enfrentar os croatas amanhã na abertura da Copa do Mundo.
Perfilar para ouvir o Hino Nacional, cantá-lo para fora e, especialmente, por dentro, e partir para cima dos rivais, que estarão ali só para estragar nossa festa, para serem os primeiros visitantes a bater os anfitriões numa abertura de Copa do Mundo.
Difícil é ficar na tribuna, na arquibancada, à frente da TV, sem poder chutar a bola, sem poder armar, desarmar, atacar e defender.
Pior é estar diante do risco de ver todas as suas teorias e crenças se desmancharem num único lance, numa bola vadia, numa tentativa remota que culmina no gol que faz da derrota inesperada o seu calvário e que ainda por cima exige que você explique o inexplicável mesmo quando a explicação existe, mas quando a razão não quer se curvar à emoção.
Jogo de Copa é assim, principalmente quando começa a fase em que perder significa a eliminação. Quando o sorteio é feito, meio ano antes de a Copa começar, tudo é simples, fácil, imagine, contra esses três adversários o Brasil passará com o pé nas costas.
À medida que os jogos se aproximam, a cada véspera deles, bate o receio, o respeito exagerado, o risco do vexame, o medo da dor, da humilhação. Inevitável!
Amanhã a seleção brasileira apenas inicia uma campanha que para ser bem-sucedida terá sete jogos e, talvez, decisões na marca do pênalti. Que os brasileiros podem ganhá-la não resta dúvida. Podem perdê-la também, a qualquer hora.
Por isso friozinho na barriga, essa vontade que amanhã seja agora, ou melhor, que amanhã seja ontem e que Neymar e companhia tenham estreado em grande estilo, atropelado a Croácia para assustar o México.
O próximo a nos meter medo...