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Entrevista - Juvenal Juvêncio

Copa-14 prejudicou São Paulo dentro de campo, diz Juvenal

CARTOLA SÃO-PAULINO RECONHECE QUE REVIRAVOLTAS EM TORNO DE MORUMBI E MUNDIAL TIRARAM SEU FOCO DO FUTEBOL

Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Juvenal dá entrevista em seu escritório, no Morumbi
Juvenal dá entrevista em seu escritório, no Morumbi

EDUARDO OHATA
do painel fc
RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

A política de bastidores em torno da Copa de 2014 desviou o foco, admitiu o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, à Folha.

O cartola diz ser difícil São Paulo comportar três arenas multiuso, mais o Piritubão, e defende o CT da base distante do setor profissional.

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Folha - O senhor é conhecido por ser "boleiro", ir ao treino, chamar os jogadores para conversar, entrar nas contratações. Concorda que faltou isso nos últimos meses?
Juvenal Juvêncio - Sofri muita reclamação no São Paulo. Disseram que tinha que estar mais presente. "O senhor precisa conversar, o time não está bem, reúna eles e tenha uma prosa." Ficamos presos às definições de Copa. Isso cerceou minha presença.

Foi um erro?
Foi um equívoco. Naquele momento a gente vivia aquele problema, e neste momento a gente vive com alegria por não estar com esse problema.

Quando o senhor voltará a se envolver mais com o futebol?
Tenho feito isso já. Isso que eu falei de ou a equipe reage ou vamos mudar... Os primeiros que ouviram isso foram eles [jogadores]. Não só coletivo, mas individualmente com quem tem um maior volume de problemas. Voltei a fazer isso no segundo semestre, mas a Inês já era morta.

Já está no mesmo nível?
Vou voltar em 2012.

O senhor crê que São Paulo conseguirá comportar três arenas multiuso e o [centro de convenções] Piritubão?
Hoje a pirataria força grandes artistas a viver de turnês. Esses grandes nomes que estiveram aqui no ano passado querem voltar. Só que são muito exigentes, eles vão naquela cidade, em determinado local, mas não vão no outro. O maior gargalo que havia quanto ao Morumbi era o acesso. Mas agora você tem a linha 4 do Metrô, que passa a um quilômetro, vai ter a linha 17, que sai de Congonhas e para em frente ao estádio, fora a avenida perimetral com as seis pistas.

Mas o senhor crê que haverá tanta atração para as arenas?
Esse pessoal que já esteve aqui quer muito o Morumbi. A Madonna chega aqui e põe 201 mil pessoas em três dias e ela fala, eu quero voltar é aqui nesta casa. A mesma coisa com a Beyoncé, com o Paul McCartney. Eles não vão a outros estádios. Vão ter shows nos outras arenas, acredito, mas de menor envergadura.

Mas não haverá muita arena multiuso para uma só cidade?
É! Quer dizer, pode ser. Mas a situação do São Paulo é de muita vanguarda. Estamos perto dos Jardins, do Palácio do governo, veja quem compra ingressos para esses shows. Na concorrência vão tocar outras pessoas, Chitãozinho e Xororó, não sei o quê. Aqui, esses grandes astros, e os grandes astros do Brasil.

O senhor tem muito orgulho do CT de Cotia. Por que não produziu ainda um Neymar?
Isso de revelar atletas não é matemática. Talento. Você tem que nascer com talento. Aquilo é um aprimoramento, onde você proporciona uma estrutura para esses talentos amadurecerem e chegarem. O São Paulo revelou o Lucas, que não é o Neymar, mas é um jogador requisitado pelo mundo inteiro, assediado inclusive pelo Chelsea. Pediram o preço, mas eu disse que não, que ele vai amadurecer.

O senhor concorda que ter construído o CT em Cotia provoca um distanciamento entre a base e a equipe titular?
O garoto tem que desejar chegar lá. Não pode estar dentro desde o início. Tem que desejar jogar no Morumbi. Hoje, ele tem que jogar lá em Cotia. São metas. Acho que essa mistura não é salutar. Até porque um ganha cem e o outro ganha um.

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