Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Maracanazo

Reinado espanhol chega ao fim na mais precoce eliminação de um campeão mundial desde 50

ITALO NOGUEIRA DO RIO RAFAEL REIS ROBERTO DIAS ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

O reinado espanhol no futebol chegou ao fim, e os caminhos para a linha sucessória ainda estão muito abertos, tão cedo tombou o detentor do título mundial.

Mas a própria cena da decapitação dos campeões, no Maracanã, oferece pistas sobre a nova ordem da bola.

Talvez nunca o futebol tique-taque tenha parecido tão envelhecido como na derrota da Espanha para o Chile, por 2 a 0, nesta quarta (18).

Assim como na humilhante derrota para a Holanda, os atuais campeões mais uma vez tiveram maior controle da bola. E perderam para um time que, se bebeu na mesma fonte dos espanhóis (a Laranja Mecânica holandesa de 1974), soube adaptar a fórmula para um futebol mais eficiente. Marcou duas vezes com menos da metade dos chutes a gol do adversário.

Numa Copa marcada por mais pontaria nas finalizações que as duas anteriores (39%, segundo o Datafolha), a falta de poder de fogo revelou-se uma debilidade ainda maior que os espanhóis previam.

Mas não foi o único fator a enterrar a melhor geração que o país já teve --e umas das melhores que o futebol já viu.

Ela foi ao abismo pela falta de renovação: trouxe 16 dos 23 campeões, recorde de conservadorismo. Contra o Chile, o técnico Vicente del Bosque até barrou duas das estrelas de 2010 --o zagueiro Piqué e o meia Xavi.

Pesou também a falta de forma de seu capitão, o goleiro Casillas, que voltou a falhar, no segundo gol do Chile.

Faltou sorte na busca por um artilheiro, desesperada a ponto de naturalizarem o brasileiro Diego Costa. Vaiado, ele pouco rendeu.

Sobrou soberba, dado que os espanhóis já chegaram avisando que eram favoritos.

"Estivemos no mais alto e agora estamos no mais baixo", disse Iniesta, o autor do gol que valeu a taça em 2010.

A Espanha é a terceira campeã europeia seguida a cair na primeira fase na defesa do título, repetindo a França em 2002 e a Itália em 2010.

Mas o baque é mais representativo que os anteriores, porque ocorreu já no segundo jogo --a mais precoce eliminação de um campeão a defender o título desde 1950-- e porque os espanhóis ganharam mais títulos seguidos: uma Copa e duas Eurocopas.

Foi o terceiro tombo da Espanha no Maracanã: 6 a 1 para o Brasil na Copa de 1950 e 3 a 0 na final da Copa das Confederações, em 2013.

Se o Maracanazo brasileiro edificou o complexo de vira-lata, o Maracanazo espanhol desafinou o tique-taque do futebol mundial. Pois, como disse o próprio Del Bosque, "é óbvio que o que acontece na Copa tem consequências".


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página