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Sucesso de Neymar faz cada vez mais bebês ganharem seu nome

RAFAEL REIS DE SÃO PAULO

Na família da dona de casa Grace Karim Azevedo Pereira da Silva, 23, Neymar é primo de David Luiz.

Mas, enquanto a homenagem feita por seu irmão ao cabeludo e boa praça zagueiro da seleção brasileira passa quase desapercebida, o seu filho atrai todas as atenções.

"Todo o mundo fica surpreso quando ouve o nome dele. E aí já começam as brincadeiras: vai ser jogador de futebol, vai ser rico, vai ser famoso", brinca a mãe do pequeno bebê de três meses que carrega a alcunha da maior esperança do hexa mundial.

O sucesso que o bebê faz com as amigas da mãe e os curiosos não é por acaso. Não é todo dia que se vê um Neymar. Pelo contrário. É muito difícil encontrar um Neymar.

Segundo a Arpen-SP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de SP), somente duas crianças foram registradas com esse nome em todo o território paulista entre 1992, ano de nascimento do craque, e 2008, seu último ano antes de virar profissional.

E uma dessas crianças era o próprio astro do Barcelona. Neymar Jr., como faz questão de dizer que prefere ser chamado, recebeu o nome e a profissão de heranças do pai.

Só quando o atacante começou a despontar no Santos, em 2009, seu nome deixou de ser 100% obscuro.

Naquele ano, 24 bebês paulistas se tornaram seus xarás. O número cresceu junto com seu sucesso: foram 67 registros em 2010, quando houve clamor popular para que jogasse a Copa, e 133 em 2011, ano em que conquistou a Libertadores pelo Santos.

Desde que Neymar se profissionalizou, 373 bebês em SP ganharam seu nome. Até o fim de maio, eram 12 em 2014.

"Será o nome da moda se o Brasil ganhar", aposta Grace.

O efeito título mundial pôde ser visto em 1994. Romário, nome pouco utilizado pelos pais até então, virou febre graças à conquista do tetra.

Grace preferiu não esperar pela taça. O batismo do seu menino foi uma dupla homenagem. "Meu marido se chama Neomar e queríamos dar ao bebê um nome parecido. E eu adoro demais o Neymar."

Mesmo que o Brasil não consiga vencer a Copa, o filho de Grace pelo menos não irá crescer com crianças que jamais ouviram falar do seu nome.

"Nunca tive apelido. Nem precisava, né? Não é que era bullying, mas era diferente. Eu nunca gostei do meu nome", diz o físico potiguar Neymar Pereira da Silva, 33.

Doutorando pela UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), ele foi o único xará do astro encontrado pela reportagem no Facebook. Todos os outros perfis eram fakes do atacante.

"Agora, eu até que estou começando a gostar mais."

O físico é mais velho que o jogador. E faz questão de frisar a cada vez que ouve uma piada que foi batizado em homenagem a Neimar de Barros, ex-produtor de programas de Silvio Santos e escritor do livro que seu pai estava lendo quando ele nasceu.

O Neymar potiguar pode estar de bem com seu nome, mas chamaria seu filho de Neymar Jr.? "Nunca tinha pensado nisso, mas acho que não."


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