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Para ficar 100%, Holanda troca bola por neurônios

Equipe concentra-se em neutralizar ataques do Chile e, com só 36% de posse de bola, faz 2 a 0; agora, pega o México

DIEGO IWATA LIMA ROBERTO DIAS DE SÃO PAULO

Se ainda restava alguma dúvida sobre o camaleão tático em que a Holanda se transformou, ela acabou na partida com o Chile.

O time não só voltou ao esquema 5-3-2, com cinco zagueiros, como entregou o controle do jogo para os chilenos, concentrando-se em neutralizar ataques do adversário e esperando a oportunidade para cirurgicamente matar a partida.

É o que o técnico Louis van Gaal chama de vitória "do time mais inteligente".

Inteligência corajosa, a ponto de deixar a bola 64% do tempo nos pés do adversário --um índice usualmente observado em equipes muito fracas, o que certamente não é o caso desta Holanda.

A partida foi tão incomum que o técnico do Chile, Jorge Sampaoli, deixou o Itaquerão pedindo que seu time volte a jogar exatamente como fez na derrota por 2 a 0.

Van Gaal não pode dizer o mesmo do lado holandês --seu esquema, explica, é montado de acordo com as circunstâncias. Diante do Chile, tinha um adversário ofensivo e um jogo disputado às 13h, com sol. Sua preocupação foi não "matar de cansaço" seus dois homens de frente, Robben e Lens.

A estratégia provou se pagar: mesmo mais recuado e sem a bola, os holandeses conseguiram chutar quase o dobro de vezes do adversário.

As duas bolas que entraram não só asseguraram aos holandeses o primeiro lugar da chave, tirando o Brasil do seu caminho nas oitavas, como lhes permitiram dormir como o único time com três vitórias.

Um bocado dessa Holanda mutante vem do banco.

Quando não tem Van Persie --que estava suspenso por cartões amarelos--, a equipe saca Fer e Depay para fazer os gols que está procurando.

Outro tanto dessa personalidade camaleônica está embutido no próprio jeitão do seu treinador, capaz de numa mesma entrevista discutir educadamente sua política liberal de concentração dos jogadores e atacar jornalistas que fazem perguntas táticas.

GRITARIA LATINA

A próxima mudança dos holandeses é em direção ao norte do país. Seu primeiro jogo no mata-mata será em Fortaleza, no domingo (29), contra o México. Duelo em que deverá encontrar, além de um dos goleiros que mais se destacaram na Copa, Ochoa, um estádio dominado pela torcida adversária, assim como foi contra o Chile.

Não que a gritaria latina chegue a assustar uma seleção que já bateu três vezes na trave ao disputar uma final de Copa. Desta vez, o time parece mais disposto a falar do que a ouvir, e o recado é claro: "Não é aqui que queremos parar", diz Robben, o melhor em campo nesta segunda.

O México reúne algumas das características dos chilenos: joga com três zagueiros e ataca com insistência.


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