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Polêmica da 10

Final dá a Messi a chance de conquistar uma Copa e esquenta a discussão se ele pode ser, enfim, considerado melhor que Maradona

ALEX SABINO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Há 14 anos, o telefone tocou na casa de Carlos Rexach, dirigente do Barcelona. Do outro lado da linha estava o empresário de futebol e sócio do clube catalão Josep María Minguella. "Você não vai acreditar. Descobri um novo Maradona", ele disse.

Lionel Messi está a 24 horas de cumprir a profecia de Minguella: ser um novo Maradona. Neste domingo (13), ele entra em campo em uma final da Copa, como capitão e camisa 10 da Argentina, para enfrentar os alemães. Tal qual Diego em 1986, quando foi campeão, e em 1990 (vice).

A vitória pode alçar Messi até a um degrau mais alto do que o maior ídolo do futebol argentino. Os dois teriam um título de Copa no currículo. Mas Maradona não chega nem perto das conquistas do seu sucessor em clubes ou nos troféus de melhor do planeta.

Maradona não ganhou nenhuma Liga dos Campeões. Messi venceu três. Diego nunca chegou ao Mundial de Clubes, vencido pelo atacante do Barcelona em 2009 e 2011. O meia que fez história no Napoli jamais ganhou troféus de melhor da temporada. Lionel já foi eleito quatro vezes.

"São duas épocas diferentes. O futebol atual é outro agora em relação aos anos 1980. Eu não vou dizer quem é o melhor", disse Minguella, que descobriu os dois astros.

Messi sempre idolatrou Maradona. Quando fez o primeiro gol pelo profissional do Barcelona, em maio de 2005, sua casa estava em festa no dia seguinte. O garoto de 17 anos correu para atender o telefone, acreditando ser algum amigo de Rosário. Era o ídolo ligando para parabenizá-lo.

"Leo ficou mudo", se diverte o pai, Jorge Messi.

INIGUALÁVEL

Até hoje, Messi diz ter lido apenas um livro, a biografia "Yo Soy el Diego" (Eu sou o Diego). Quando Maradona estreou em sua breve passagem pelo Newell's Old Boys, em 1993, o menino de então 11 anos foi ao estádio vê-lo.

"Diego está em um patamar inigualável. Ninguém consegue alcançá-lo", disse.

Há quem discorde. Pep Guardiola e Xavi já afirmaram publicamente que Messi é o maior de todos os tempos.

"Essa é uma boa discussão. O melhor que já vimos de Messi se equivale ao melhor que já vimos de Maradona", opina César Luis Menotti, técnico da Argentina na Copa de 1978.

A comparação ignora as personalidades quase opostas. Maradona sempre foi desbocado, festeiro, rebelde e polêmico. Lionel é tímido. Gosta de ficar em casa, de estar com os amigos, com o filho Thiago, os sobrinhos, a mulher Antonella e jogar videogame.

Na Copa, a comparação pesou para Messi em 2010. Saiu sem fazer um gol sequer, observado por Maradona, então técnico. Os dois saíram humilhados pela derrota por 4 a 0 para a Alemanha, nas quartas.

Agora, Messi está perto de se tornar o novo Maradona que os dirigentes do Barcelona apontavam anos atrás.

Só que, em 1986, o consenso era que Diego ganhou o Mundial praticamente sozinho, com atuações que entraram para a história e alimentaram a lenda. O que não seria o caso de Messi, um dos melhores em 2014, mas não o craque indiscutível do torneio.


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