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Ana Estela

estranhos no ninho

2018 em perigo

'Futebol se joga com a cabeça', já dizia Cruyff; vamos usar nossos recursos no problema certo

na pior das hipóteses, o Brasil terá hoje o quarto lugar num torneio de seleções de futebol. Grave? Estamos em 58º em matemática, num teste feito com jovens de 65 países; somos o 55º em leitura e, em ciências, ficamos em 59º.

Governo, por favor, esqueça os cartolas por enquanto. Só volte a se preocupar com eles depois de apoiar outros dirigentes: os que cuidam da gestão da educação básica no país. "Apoiar." Não é intervir, criar regras, perdoar dívidas, impor reservas de mercado ou outra ideia brilhante surgida em horas de crise.

Melhorar a educação básica melhora a produtividade, que melhora o desenvolvimento, que melhora a vida no país e, heureca!, melhora nossas chances de ganhar torneios no futuro. Porque "futebol se joga com a cabeça", como já dizia o craque Johan Cruyff.

E ele não estava falava de jogo aéreo.

Grandes clubes tiram proveito disso. O alemão Freiburg, um dos mais bem-sucedidos na formação de atletas, multiplicou por quatro o número de horas de estudo dos jogadores da base, para 34 por semana. No Grêmio, há um período extra de ensino na residência esportiva; em três anos, o índice de reprovação escolar do grupo caiu de 45% para 5%. De 70 jogadores entre 18 e 20 anos, 21 estão em cursos universitários, até mesmo de engenharia.

O Corinthians está firmando parcerias com faculdades particulares. O Santos chama os pais dos garotos para mostrar a eles como o bom desempenho escolar aumenta as chances de seus filhos no esporte.

Os clubes não são bonzinhos. Só sabem que não é proibindo minicraques de jogar na Europa que vamos melhorar o futebol no Brasil. É recrutando talentos precoces e mostrando a eles que há perspectivas de crescimento e sucesso no clube e no país (está aí Neymar para dar o exemplo). É dando muito treino físico, técnico, tático. E é reforçando a educação e o compromisso com a escola, porque isso traz concentração, raciocínio e criação de jogadas dentro de campo.

No mundo ideal, 100% dos brasileiros dariam tudo por um futebol mais brilhante na próxima Copa. Mas nossos recursos são limitados. Seria bom usá-los no problema certo, para evitar tragédias em 2018 e além.


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