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Operação simpatia

Responsável pela Alemanha nas mídias sociais diz que ações dos jogadores são espontâneas, e não ação de marketing

FABIO VICTOR ENVIADO ESPECIAL A SANTA CRUZ CABRÁLIA (BA)

Roy Rajber completou 31 anos na terça-feira passada, dia do "Mineiraço". "Os jogadores me prometeram a vitória e cumpriram", diz ele.

De algum modo, os craques alemães têm mesmo uma dívida de gratidão com Rajber, responsável por coordenar a exposição da seleção do país nas mídias sociais durante a Copa. Por tabela, é o arquiteto da simpatia que, neste Mundial, ficou associada aos jogadores do time.

Foi Rajber quem levou ao mundos vídeos que viralizaram, como o de Podolski e Schweinsteiger (este enrolado numa bandeira do Brasil) festejando com funcionários do resort do time na Bahia a vitória da seleção sobre o Chile nos pênaltis. Assim como o videoclipe que compila a passagem do time pelo Brasil, ao som da música "A Luz de Tieta", de Caetano Veloso.

Ou a mensagem da federação alemã de futebol, escrita em português, que dizia: "Sabemos como é doloroso perder uma semifinal no nosso país desde 2006. Boa sorte no futuro, Brasil".

Rajber afirma que não há marketing, senão espontaneidade, nas ações. Explica o caso do vídeo dos dois craques festejando com os funcionários brasileiros.

"Não foi planejado. Eles sentaram lá para ver o jogo, e os funcionários estavam por perto, porque trabalham lá, acabaram assistindo juntos. Apenas ligamos a câmera. E depois eu postei", conta.

"Nada do que você vê nas redes é preparado, planejado ou falso. Todos são momentos reais, que queremos dividir com a torcida."

Segundo o jornalista, os jogadores têm independência para postar o que quiserem nos seus perfis pessoais nas redes, como fazem à exaustão Podolski (que virou um hit na internet brasileira), Neuer e Schweinsteiger.

"Eles têm independência, não os dizemos quando nem como fazer. O que vem dos jogadores é espontâneo, vai do momento, o que é muito bom em mídias sociais, que dependem de emoção, rapidez e espontaneidade."

"Eles não pedem permissão, são livres para postar. Só pedimos que sejam responsáveis e respeitem a privacidade dos outros jogadores. Às vezes me perguntam se acho legal, mas não é pedido de permissão", relata.

PAULA LAVIGNE

Rajber deu a versão da federação para a controvérsia em torno do uso da canção de Caetano. Paula Lavigne, ex-mulher e empresária do compositor baiano, disse que procurou a federação para saber por que não foi consultada sobre o uso da música no clipe.

"Nosso editor tem muitas músicas, e ele gostou dessa canção, sem pensar duas vezes em consultar. Eles nos escreveram e estamos em contato com eles", disse na quinta. Nesta sexta (11), o vídeo saiu do ar.

JUDEU ALEMÃO

Formado em estudos de mídia em Londres e mestre em ciência política em Israel, Rajber é funcionário da federação alemã há quatro anos.

Além de desenvolver o projeto para as redes sociais, é porta-voz das seleções de base alemãs. Na semana que vem, estará na Hungria para o Europeu sub-19.

Nascido em Munique, de família judaica israelense, Rajber comentou assim o fato de um judeu ser hoje responsável por divulgar uma boa imagem alemã para o mundo:

"Meus avós são sobreviventes do Holocausto. Nasci e cresci na Alemanha, e o fato de hoje eu trabalhar para a seleção alemã diz tudo sobre a vida dos judeus na Alemanha atual".


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