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'Vergonhaço' ou 'Mineiraço' podem batizar a queda, dizem especialistas

Ainda não há consenso, contudo, sobre qual expressão definirá o vexame

DE SÃO PAULO

Num exercício de futurologia, como ficará conhecida a goleada por 7 a 1? Mineiraço? Vexame? Apagão? Em 98 Ronaldo amarelou, em 82 a derrota para a Itália ficou conhecida como a tragédia de Sarriá e, em 50, o Maracanazo.

A situação ainda não está clara, segundo personalidades e especialistas ouvidos.

Para o publicitário Washington Olivetto, "ao contrário do Maracanazo ou da tragédia do Sarriá, foi uma exibição tão vagabunda que nem grande apelido sobrará".

Já o professor de história na USP e coordenador de núcleo interdisciplinar de estudos sobre futebol, Flavio de Campos, diz que "o brasileiro é bom para batizar situações, até mesmo tragédias, alguém vai conseguir expressar o que foi aquilo".

Também pesquisador do núcleo de estudos sobre futebol, Denaldo Alchorne de Souza afirma que a derrota deve ficar conhecida como algo como "Mineiraço" ou "tragédia do Mineirão".

Para ele, é injusto equiparar a derrota de 2014 à de 50. "O Brasil não era uma potência no esporte. O fracasso significou o fracasso como nação. O país hoje é outro."

Para o escritor Milton Hatoum, "Vergonhaço" seria o nome mais cabido. "Porque foi uma vergonha. Um pesadelo. Ninguém imaginava que isso pudesse acontecer."

Hatoum, no entanto, ressalva: "Eu não sei como será o torcedor daqui a 30 anos. E muito menos o futebol. Não sei se terá dignidade. Porque os cartolas e a publicidade estão acabando com ele".

Renato Janine Ribeiro, professor de filosofia da USP, define a derrota para a Alemanha como acabrunhante.

"É sem dúvida o momento mais baixo do futebol. Não se compara à derrota de 50 e mesmo 98. Aquilo foi um caso isolado, e era final", disse.

"De toda forma não acho que a ferida narcísica será tão brutal. O Brasil de hoje está melhor do que na ditadura, quando ganhou o tri, e melhor do que quando ganhou o tetra e o penta. Não acho que a sociedade está desarvorada, no sentido de que a alma brasileira foi ferida."

Pepe, ex-jogador do Santos e da seleção, afirma: "Foi a maior tragédia do nosso futebol. Só estávamos acostumados a aplicar goleada, não a tomar". Um nome para a tragédia? "Qualquer coisa que termine com aço'."


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