Desejo

O futebol paulista viveu uma carência de laterais esquerdos em 2011. Tanto é que a posição virou obsessão nas compras de fim de ano dos quatro grandes do Estado.

A necessidade de ter um lateral esquerdo fez com que o Santos cogitasse negociar com o seu maior desafeto (DIS) para tentar contratar um jogador para a posição.

Pedro Nunes Conceição, dirigente santista, discutiu salários com o pai de Kléber, hoje no Inter. Os valores assustaram a diretoria, que desistiu de tentar recontratar o atleta, bicampeão Paulista (2006 e 2007) pelo clube.

Se tivesse seguido em frente, os cartolas do Santos teriam que negociar com algum representante do grupo DIS, que detém 100% dos direitos de Kléber e vive em guerra com o time por causa do meia Paulo Henrique Ganso.

"Os valores pedidos eram fora dos padrões do Santos. Essa primeira etapa já inviabilizou o acerto. Depois, ainda teríamos que negociar com o DIS", afirmou Conceição.

O desespero santista encontra eco no São Paulo, no Palmeiras e no Corinthians.

Os dois primeiros, insatisfeitos com as opções de que dispunham, foram ao mercado à caça de um atleta para o lado esquerdo da defesa.

O São Paulo trouxe Bruno Cortês, destaque do Botafogo no ano, na negociação mais cara do futebol paulista para 2012 -R$ 6 milhões. Ano passado, contratou Juan, do Flamengo, que não vingou.

Cortês chegou a ser convocado pelo técnico Mano Menezes para a seleção brasileira local, que bateu a Argentina por 2 a 0 em Belém.

O então botafoguense foi festejado por Mano como uma alternativa para Marcelo, titular da seleção.

O Palmeiras trouxe Juninho, do Figueirense. O jogador ficará com a vaga de Gabriel Silva, vendido recentemente à Udinese, da Itália.

Gerley não se firmou. E Rivaldo, volante que atuava improvisado no setor, foi duramente criticado pela torcida e acabou indo para o Sport.

Sem achar grandes opções no mercado, o Corinthians optou por renovar com Fábio Santos, titular na campanha do pentacampeonato nacional, por mais três anos.

Fábio Santos virou titular após a saída de Roberto Carlos, no começo do ano, e também foi criticado pela torcida antes de se firmar na posição. Ramón, contratado durante o ano, machucou-se e não conseguiu ter sequência.

O zagueiro Leandro Castán chegou a jogar improvisado várias vezes na posição.

Mas é o Santos o time que mais sofre com a falta de atletas para a lateral esquerda.

Primeiro perdeu Alex Sandro, jovem promessa negociada com o Porto após o título da Libertadores.

Com Léo machucado no final deste ano, Muricy Ramalho teve que improvisar o zagueiro Durval na posição.

O beque foi muito criticado por sua atuação, e Leo voltou ao time -mas não conseguiu deter o Barcelona.