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Opinião - o novo técnico

Sem craques, Dunga montou time poderoso

CBF optou pelo velho caminho das soluções testadas, mas é inegável que técnico obteve bons resultados na 1ª passagem

SERGIO XAVIER FILHO ESPECIAL PARA A FOLHA

É difícil mesmo, somos binários. Zero ou um. Positivo ou negativo. Preto ou branco.Temos imensa dificuldade para encontrar algum dos 50 tons do cinza.

O processo para a escolha do treinador da seleção foi um bom exemplo desse fenômeno. Começou truncado, equivocado, com a carinha da CBF.

Tomamos a maior sapatada da história do futebol, e nossos dirigentes explicaram tudo como um lamentável escorregão. Nenhum problema de estrutura, filosofia, nem nada. Um apagão. Se pudessem, os cartolas chamariam tudo de "apaguinho".

Por isso, o novo comandante do futebol não precisaria ser um revolucionário, afinal a Copa foi ótima, jogamos bem, só tivemos o probleminha do Mineirão.

E assim, de cara, foram descartados os revolucionários. Nada de Guardiolas, Bielsas, xô, gringalhada. Soluções caseiras, como sempre. Opinião pública, imprensa, ex-jogadores tiveram que se resignar e começaram a pedir o brasileiro mais afeito aos ventos de fora. Tite parecia ser o treinador com esse perfil. A CBF foi, para variar, para o outro lado. Optou pelo velho caminho das soluções testadas, Dunga.

O capitão do tetra, que nunca foi uma simpatia, se tornou ainda mais antipático por ter chegado como uma escolha "de afronta". A CBF olhou para trás quando todo mundo pedia uma mirada para frente. Tomem: Dunga.

E aí turvou tudo. O processo da escolha se confundiu com a própria escolha. Se Dunga é mesmo um mau técnico, ele ainda não nos deu subsídios para essa conclusão. Porque seu cartão de visitas impressiona.

Ele pegou uma geração arrebentada e desmoralizada. Com os jogadores que tinha, Parreira fez um papelão na Alemanha. Era time para vencer a Copa jogando bonito.

Dunga refez essa equipe praticamente sem craques. Kaká, sempre com seus problemas físicos, era a única grande referência. Dunga montou um time poderoso com Elano, Júlio Batista, Luis Fabiano. E atropelou Argentina, Alemanha, ganhou o que podia ganhar antes da Copa de 2010.

Na África do Sul, o primeiro tempo contra a Holanda foi vibrante. O torcedor e até os jornalistas desconfiados adoraram o que viram. Veio a segunda etapa e Sneijder. Ali Dunga deixou clara a sua fragilidade, ele não tinha "plano B", ainda que o "A" fosse muito bom.

Agora reassumirá a seleção sob vaias e laranjas. Na ânsia de dar um "pedala" na cartolagem, estamos querendo dar petelecos na orelha de Dunga. Nossa velha dificuldade de separar as estações. A escolha é ruim. Dunga, não. Complexo isso, mas quem disse que o futebol é simples?


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