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Atletas brasileiros do Dnipro abrem liga ucraniana em campo neutro

Diante de tensão no país, jogadores tentam mostrar tranquilidade com início de torneio

LEANDRO COLON ENVIADO ESPECIAL A DNIPROPRETOVSK

Os jogadores brasileiros Léo Mattos, Douglas e Matheus, do FC Dnipro, entram em campo nesta sexta-feira (25) para abrir a temporada ucraniana sem saber quando e onde serão os próximos jogos do campeonato.

Em meio à decisão de quatro brasileiros do Shakhtar Donetsk de não retornar para a Ucrânia em decorrência do conflito militar que atinge o país, os de outros clubes vivem a mistura de apreensão e incerteza não só no futebol, mas na vida pessoal por causa de suas famílias.

A Folha encontrou nesta quinta (24) os três atletas do Dnipro, vice-campeão da temporada passada. É uma das principais forças locais, ao lado de Shakhtar, Dínamo de Kiev e Metalist de Khakorv.

A estreia do clube na liga seria em Donetsk, contra o Metalurg, outra equipe da cidade, mas menos expressiva que o Shakhtar. O jogo, porém, foi transferido para Lviv, na região oeste, por questões de segurança. É o primeiro jogo da rodada, que continua neste sábado (26).

A reportagem entrevistou os jogadores no aeroporto de Dnipropetrovsk enquanto esperavam o embarque para Lviv. Apesar do clima descontraído ao encontrar um jornalista brasileiro, não escondiam a preocupação.

"Temos medo, e o que mais preocupa é um possível fechamento do aeroporto, porque é a nossa forma de fuga se a situação piorar", disse o zagueiro Douglas, ex-Vasco.

Para o lateral Léo Mattos, ex-Flamengo, o temor se mistura à necessidade de cumprir seu contrato de três anos. "Eu respeito a decisão dos colegas do Shakhtar, até porque em Donetsk está pior. Mas tenho mulher e filho comigo aqui. Não posso sair sem saber como vou sustentá-los. É um dilema. Por enquanto, não posso ir embora", diz.

O lateral sentiu no campo os efeitos da crise, quando jogava pelo Chornomorets, de Odessa, no primeiro semestre: "Voltamos do intervalo de um jogo e o estádio estava vazio. Os torcedores tinham ido protestar na cidade e muitos morreram".

Dnipropetrovsk fica a 215 km de Donetsk, controlada por rebeldes pró-Rússia que agora são acusados de derrubar um avião comercial com 298 passageiros na semana passada. É uma das cidades mais relevantes da Ucrânia e sofre reflexos da crise por ser rota de fuga para ucranianos.

O que mais incomodou o clube foi a mudança de palco da estreia da fase eliminatória da Liga dos Campeões na semana que vem contra o Copenhagen, da Dinamarca. O jogo deveria ocorrer na cidade do time, mas, por pressão dos dinamarqueses, foi alterado para a capital Kiev, bem distante do conflito.

"É um dos jogos mais importantes do ano para nós. É uma pena que tudo isso esteja ocorrendo. Sou casado com uma ucraniana e tenho filho aqui. Para mim, ir embora é muito mais complicado", diz Matheus, atleta que perambulou pelo futebol português e hoje é um dos principais nomes do Dnipro.

SHAKHTAR

O atacante brasileiro Fred, ex-jogador do Inter-RS, retornou ao Shakhtar Donetsk, informou o clube nesta quinta, que não se manifestou sobre Douglas Costa, Alex Teixeira e Dentinho, que se recusaram a viajar da França para a Ucrânia após disputarem um amistoso contra o Lyon no último sábado (19).


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