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Prancheta do PVC

PAULO VINÍCIUS COELHO

O exemplo de Elias

Único jeito de acabar com o jogo do 'resta-um' é ter armadores-volantes, que desarmem e construam

A análise de Mano Menezes sobre a Copa do Mundo teve olhar atento para o trabalho de meio de campo: "Os volantes estão jogando demais!"

O pensamento de Mano Menezes está de acordo com a maneira como tenta montar sua equipe. Alguém pode ver três volantes, outros três meias no Corinthians do clássico contra o Palmeiras.

Mas ninguém precisa discutir se Elias é volante ou armador, quando deixa o campo de defesa e cria toda a jogada do gol de Guerrero. Naquele momento, ele foi simplesmente meio-campista.

Isso valia também para Petros, o ponto de desequilíbrio do sistema defensivo do Palmeiras no primeiro tempo de ontem.

Wesley subia para marcar Elias e o volante Renato cuidava de Renato Augusto. Petros aparecia pela esquerda, sem ninguém cuidar de sua marcação.

Outras vezes, Renato Augusto escorregava para a direita, para a esquerda, o palmeirense Renato percebia a chegada de Petros e quem ficava mais solto era o camisa 8 do Corinthians.

Ao meio-campista moderno, cabe jogar quando tem a bola e marcar quando não tem.

O único jeito de acabar com o jogo do "resta-um" é ter armadores-volantes, capazes tanto de desarmar quanto de construir. Como Schweinsteiger, Kroos e Khedira.

No clássico de ontem, seria justo pensar que Wesley e Mendieta poderiam fazer o mesmo, pela qualidade de passe e capacidade de desarme. Não se comportam assim.

Petros e Elias, sim --não se compara a qualidade, mas a missão.

Quando sofreu o primeiro gol, Ricardo Gareca trocou Mendieta por Leandro.

A entrada de Leandro produziu a pergunta sobre ter três atacantes. A discussão não é essa.

É ter jogadores capazes de desarmar e construir. Esse é o tipo de jogador necessário para Ricardo Gareca montar um novo Palmeiras. Também para reconstruir o futebol brasileiro.

O exemplo de Elias e também de Petros, por seu primeiro tempo, consolidou-se com o segundo gol, marcado exatamente pelo meio-campista que veio do Penapolense. Como Elias, Petros foi volante quando não teve a bola e armador com ela sob domínio corintiano.

Parece que o Palmeiras não tem jogadores deste tipo, mas lembre-se do que Wesley era capaz de fazer quando atuava com Neymar e Ganso, em 2010. Fazia muito do que Elias e Petros fizeram ontem. Exatamente o que o Palmeiras precisava que seu meio de campo fizesse no clássico de Itaquera.

SÓ O KAKÁ ENTENDEU

A movimentação dos três atrás de Alan Kardec deu ao São Paulo mais posse de bola. Mas não estava claro quem acompanhava o lateral esquerdo Lima, do Goiás. Quando o time tem a bola, Ademilson, Kaká e Ganso tinham de se movimentar. Mas a hora de marcar precisa de definição. De todos, só Kaká conseguiu fazer as duas coisas.

O MELHOR TIME

Marcelo Oliveira lamentou ter de escalar dois segundos volantes, na sua definição. Henrique e Lucas Silva têm outros méritos. Podem ser armadores e cabeças de área. Mas o Cruzeiro compensa com a velocidade de Everton Ribeiro e Ricardo Goulart. Com 28 gols, é o melhor ataque do Brasileiro em 12 rodadas nos últimos 11 anos.


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