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Contra punição, Palmeiras tem de identificar vândalos
ITAQUERÃO
Corinthians também é denunciado por quebra de cadeiras
Para não repetir 2012, quando perdeu quatro mandos de campo na reta final do Brasileiro em que foi rebaixado, o Palmeiras trabalha para identificar os responsáveis pela depredação de 258 cadeiras do setor da torcida visitante do Itaquerão, no último domingo, após a derrota por 2 a 0 para o Corinthians.
Nesta quinta (31), a promotoria do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) denunciou Palmeiras e Corinthians no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva pelo ocorrido. O artigo, entre outros temas, trata das providências para reprimir a desordem no local em que os jogos são realizados.
As penas variam de pagamento de multa de R$ 100 mil à perda de dez mandos.
Segundo Paulo Schmitt, procurador-geral do STJD, a denúncia contra o Corinthians, mandante da partida, é uma exigência do artigo, mas não deve resultar em punição ao clube.
Assim, o principal papel do Corinthians no julgamento da próxima semana deverá ser o de ajudar o arquirrival.
Desde segunda (28), os dois clube analisam imagens do circuito interno de segurança do estádio alvinegro.
Tal estratégia é fundamental para que o Palmeiras consiga punição mais branda.
"Se o Palmeiras conseguir identificar os indivíduos, pode até escapar de uma punição", afirma Schmitt.
O clube alviverde também pode se beneficiar se as imagens comprovarem o envolvimento da torcida organizada Mancha Alviverde, inimiga política do presidente do clube, Paulo Nobre.
"A avaliação de que a depredação foi motivada por fatores políticos pode ser favorável ao Palmeiras", acrescenta Schmitt.
Até mesmo as postagens em redes sociais de torcedores se vangloriando do quebra-quebra podem ser atenuantes para o clube.
Bem como o depoimento de policiais militares, que relataram terem ouvido torcedores dizendo que os prejuízos deveriam ser colocados "na conta do Paulo Nobre".
O Palmeiras emitiu uma nota isentando a si mesmo, o Corinthians e a PM pelo ocorrido. "Seria impossível controlar a ação individual dos torcedores", diz o clube.
REPÚDIO
O Corinthians está mais tranquilo quanto ao risco de sofrer uma punição, mas protestou mesmo assim.
"Trata-se de uma aberração. STJD e CBF, que precisam de credibilidade, descontam no clube que dá mais audiência e vende mais jornal", afirmou o diretor de futebol corintiano Ronaldo Ximenes, em entrevista ao SporTV.
Luiz Bussab, advogado do Corinthians, disse que o clube, com a contratação de seguranças particulares e solicitação de policiamento extra, fez o que era possível para tentar evitar a quebradeira.