Sob observação

Os grandes clubes de São Paulo têm um problema em comum para resolver já no início de 2012: o camisa 10.

O São Paulo está desesperado para contratar alguém capaz de vestir esse número. Jadson, que está no Shakhtar Donetsk, é o preferido.

Corinthians, Palmeiras e Santos vivem a incerteza sobre o que fazer com aqueles que usaram a 10 em 2011: Adriano, Valdivia e Ganso.

O corintiano tem contrato até 30 de junho deste ano, mas as lesões, as confusões fora de campo, o baixo rendimento e o alto salário levam diretoria e comissão técnica a questionar se vale a pena manter o atacante até lá.

Adriano só participou de quatro partidas durante o Brasileiro -nenhuma delas por mais de 30 minutos.

Fez um gol decisivo para o título corintiano, mas foi pouco para o tamanho do investimento: R$ 380 mil mensais fixos, mais eventuais bônus.

Tanto que o clube elegeu a contratação de um centroavante como prioridade para 2012 -o ex-vascaíno Elton deve ser apresentado logo.

No Palmeiras, Valdivia foi mais problema do que solução ao longo de 2011. O chileno se meteu em todo tipo de encrenca, dentro e fora do campo, no clube e na seleção.

Machucou-se com frequência, foi desfalque por convocações e lesões, teve fotos comprometedoras publicadas por um fotógrafo que, segundo ele, tentou extorqui-lo. Brigou com a diretoria, com o técnico Luiz Felipe Scolari e com a torcida.

Agora, o Palmeiras tenta se livrar de seu alto salário -e do pacote de emoções que o tem acompanhado.

A insistência em contratar Douglas -também meia e camisa 10- mostra o tamanho do desapontamento do Palmeiras com Valdivia.

O clube paulista chegou a propor uma troca entre ambos, mas o Grêmio recusou.

O FUTURO DE GANSO

Assim que acabou o Mundial de Clubes, o presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, afirmou que sua primeira missão em 2012 seria "resolver o problema" de Paulo Henrique Ganso.

O camisa 10 do Santos e o grupo DIS, dono de parte de seus direitos, travam uma briga sem fim com a diretoria do clube. Apesar de seu contrato durar até 2015, nada indica que Ganso vá ficar tanto tempo assim no Santos.

O meia quer um salário mais alto, algo que o aproxime de Neymar. O clube fez uma proposta, que Ganso recusou. Em dezembro, o jogador afirmou ter vendido 10% de seus direitos para o DIS -depois voltou atrás e disse não ter feito a venda.

O resto do contrato de Ganso é dividido entre o clube e o DIS, cada um tem 45% dos direitos econômicos.

"Eu quero que ele fique no Santos", disse Luis Alvaro à rádio Bandeirantes. "Mas o jogador que não quiser ficar no Santos pode rescindir."