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Aberto de SP definha com Brasil

TÊNIS
Crise técnica e financeira da modalidade faz torneio paulistano encolher em 2012

Daniel Munoz/Reuters
A belga Kim Clijsters rebate na vitória sobre a romena Simona Halep, na abertura de 2012, em Brisbane (AUS)
A belga Kim Clijsters rebate na vitória sobre a romena Simona Halep, na abertura de 2012, em Brisbane (AUS)

DE SÃO PAULO

O Aberto de São Paulo, torneio que inicia a temporada 2012 do tênis no Brasil, reflete bem o momento preocupante do esporte no país.

Enquanto os atletas locais definham no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), a competição paulistana também se apequena.

A premiação paga pelo torneio, que há dois anos se vangloriava de ter alcançado o teto de um challenger, competição de nível inferior, despencou de US$ 100 mil (R$ 186 mil) em 2011 para US$ 35 mil (R$ 65 mil) nesta edição.

Para este ano, o Aberto de São Paulo perdeu o apoio do seu principal patrocinador, o banco Bradesco. Outras marcas também deixaram de investir no campeonato, que é disputado no parque Villa-Lobos (zona oeste) e tem entrada gratuita para a torcida.

Segundo a organização, a venda da cota mais cara de patrocínio travou quando não havia tempo para conversar com outras empresas.

Além disso, reclama que o mercado publicitário estava totalmente focado nos Jogos Pan-Americanos do ano passado (e na Olimpíada de Londres deste ano), tirando parte considerável do dinheiro que seria injetado no tênis.

Com prêmios semelhantes aos que eram pagos nove anos atrás, o torneio viu cair também o nível técnico dos participantes. Desta vez, não há nenhum top 100 inscrito.

O brasileiro Ricardo Mello, que era número 76 do planeta no ano passado, quando venceu a competição pela quarta vez, preteriu a defesa do título pelo ATP 250 de Brisbane, na Austrália, terra do primeiro Grand Slam do ano.

O próprio Mello é um sintoma de que os problemas do tênis brasileiro vão bem além do Aberto de São Paulo.

Ele continua como segundo tenista do país mais bem ranqueado na ATP, mas agora é o 85º. Thomaz Bellucci, o líder brasileiro, também está em trajetória descendente -terminou 2011 como o 37º do mundo, seis posições pior do que no final de 2010.

Hoje, o grupo de top 100 brasileiros se limita aos dois. Doze meses atrás, tinham a companhia de Marcos Daniel.

Entre os 300 primeiros do ranking, há somente nove tenistas do país. Nas últimas edições da lista (2009 e 2010), haviam 11. Em 2008, eram 13.

No ano recém-encerrado, o Brasil não conseguiu chegar à final de nenhum torneio importante. Nas duas temporadas anteriores, obteve títulos com Bellucci. (RAFAEL REIS)

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