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Novo percurso favorece africanos, dizem atletas

SÃO SILVESTRE
Pela primeira vez, continente monopoliza pódio da prova

ADRIANO WILKSON
LUCAS REIS
RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

O novo percurso transformou a São Silvestre-2011 em um paraíso para os africanos.

Pela primeira vez em 67 edições da fase internacional da corrida, o continente que possui os melhores fundistas do planeta monopolizou o pódio. Tanto na versão masculina quanto na feminina.

Para atletas brasileiros e estrangeiros ouvidos pela Folha, a razão do domínio vai além do nível técnico mais elevado dos convidados internacionais para a prova, realizada no último dia do ano.

"Para mim, esse trajeto novo é melhor do que o antigo. Mas ele acaba sendo melhor ainda para os africanos. As corridas mais rápidas favorecem eles", disse Damião de Souza, sétimo colocado e melhor brasileiro no masculino.

O percurso de anteontem, com largada na avenida Paulista e chegada no parque Ibirapuera, tem mais descidas do que o que era usado até 2010. A parte final da corrida, antes uma ladeira na Brigadeiro Luís Antônio, agora acontece em declive.

Isso significa uma prova com mais trechos de alta velocidade, prato cheio para os africanos. "Da outra vez que estive aqui [foi terceiro em 2003], achei o percurso mais difícil. Gostamos mais de trajetos como o de agora", afirmou o queniano Martin Lel, que terminou em quarto.

Quando a prova de longa distância tem um ritmo mais veloz, os corredores da África são praticamente imbatíveis. Dos 46 melhores tempos de 2011 na maratona, 45 pertencem a fundistas do continente. Na meia-maratona, o primeiro intruso tem apenas o 30º melhor tempo do ano.

Nessa São Silvestre, a queniana Priscah Jeptoo deu ares de prova de velocidade aos 15 km e baixou em quase dois minutos o recorde da prova -48min48s, ante 50min19s, alcançado em 2010.

Teve como parceiras de pódio duas compatriotas: uma etíope e uma marroquina que compete pela Itália. O Brasil, com Cruz Nonata, só conseguiu a sexta colocação.

No masculino, o etíope Tariku Bekele não cumpriu a expectativa da organização de baixar o tempo da prova graças ao dilúvio e às poças d'água que enfrentou na metade final do percurso.

Mas o ritmo imposto por ele e pelos três quenianos e o marroquino que terminaram entre os cinco primeiros impressionou e minou as chances de um resultado melhor da principal arma brasileira.

"O começo da prova foi muito forte, parecia que eles até já conheciam o percurso. Fiz muita força para acompanhá-los já na primeira descida e paguei por isso. No quinto quilômetro, já estava cansado", falou Marilson Gomes dos Santos, tricampeão da São Silvestre e oitavo em 2011.

O próprio técnico do brasileiro, Adauto Gomes, considera que seu pupilo não é tão veloz quanto os donos da corrida paulistana, apesar de Marilson ser o primeiro não africano no ranking da maratona, com o 21º tempo.

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