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Tostão

Sem pose de sábio

Sem querer comparar talentos individuais, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart lembram Özil e Müller

Acredito muito nas equipes que têm jogadores próximos e com características diferentes. Eles se completam. O entrosamento é rápido. Na primeira vez em que atuei ao lado de Dirceu Lopes, no Cruzeiro, os dois com 16 anos e já no time principal, parecia que jogávamos juntos há mil anos. O que faltava em um sobrava no outro. Nós nos entendíamos pelo olhar, pelo vulto.

Uma das qualidades da seleção alemã foi ter um meia, Özil, armador, habilidoso, que se movimentava por todo o campo, que gostava de trocar passes curtos e de driblar, e, ao lado, Müller, um meia mais atacante, grandalhão, de passadas largas, que voltava para marcar, tocava a bola e, em uma fração de segundos, chegava à frente para fazer gols. Os dois se completavam.

Sem comparar talentos individuais, Everton Ribeiro me lembra muito Özil, e Ricardo Goulart, Müller. Os dois do Cruzeiro também se completam. Mereceram a convocação. Kaká e Ganso podem também fazer uma boa dupla (ainda não é), embora tenham estilos diferentes. Kaká nunca foi artilheiro, como Müller e Goulart, e Ganso não se movimenta tanto quanto Özil e Ribeiro.

Para os dois meias do São Paulo funcionarem bem, Muricy precisa definir o sistema tático e repeti-lo, como acontece no Cruzeiro. Ainda não compreendi o posicionamento de Kaká e de Ganso, principalmente quando o time perde a bola.

Contra o Bragantino, Ganso e todo o São Paulo atuaram mal. Por causa de um único jogo, Ganso, que tem evoluído e jogado bem, mesmo quando não dá passes espetaculares e decisivos, o que é raro, foi criticado como um jogador do tipo que não dá mais. Ganso merecia ser convocado.

Todos nós da crônica esportiva, assim como profissionais de todas as áreas, precisamos evoluir, escutar e aprender com os outros e com os fatos. Isso, com frequência, não acontece, porque o orgulho é muito maior que a razão.

Os treinadores precisam também evoluir. Há técnicos bons e ruins em todo o mundo. O insucesso do Palmeiras, até agora, não parece ser por causa da incompetência do técnico, o argentino Gareca. Deve ser por causa da relativa importância dos treinadores, da falta de tempo e de continuidade do trabalho e, principalmente, porque não se forma um bom time sem bons jogadores, a não ser esporadicamente, em um torneio curto, com jogos mata-mata. No domingo, vi, coletivamente, o Palmeiras melhor que o São Paulo, mas a diferença individual é enorme.

Existem também treinadores e profissionais, em todas as áreas, com amplo conhecimento técnico e científico, mas que tomam decisões erradas. São confusos. Conhecimento não é apenas informação. Não é o caso de Marcelo Oliveira, pelo contrário, um técnico sem pose de professor nem de sábio, que tem brilhado na formação e condução do Cruzeiro. Ele não revoluciona, mas faz bem o que é necessário e importante.


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