Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Torcedora que ofendeu Aranha perde o emprego

COPA DO BRASIL
A gremista Patrícia trabalhava para a Brigada Militar

FERNANDA CANOFRE PAULA SPERB COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Grêmio identificou cinco torcedores que teriam cometido atos racistas contra o goleiro Aranha, do Santos. Dois deles são sócios do clube e foram afastados, segundo o vice-presidente Nelson Hein.

Entre as cinco pessoas identificadas, a única cujo nome é conhecido é Patrícia Moreira, 22. Ela foi flagrada por uma câmera da ESPN Brasil gritando "macaco" para o goleiro santista.

A Folha tentou entrar em contato com Patrícia, mas ela não foi localizada.

A torcedora prestava serviços para o Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar do Estado por meio de uma empresa terceirizada. "A Brigada Militar repudia quaisquer atos racistas", afirmou a instituição em nota oficial.

Ela foi afastada do trabalho e será convocada para depor no inquérito.

Outros cinco torcedores que atiraram objetos no gramado também foram identificados. Os dez estão proibidos de entrar na Arena do Grêmio por um tempo indeterminado.

"Foram 30.190 pessoas presentes no estádio. Dez se portaram mal e trazem um enorme estigma para o clube", disse o vice-presidente do clube de Porto Alegre.

Não é a primeira vez neste ano que a torcida do Grêmio é acusada de atos racistas. Na final do Campeonato Gaúcho, o zagueiro Paulão, do Internacional, também declarou ter sido ofendido.

"O Santos vai até o fim para que os responsáveis sejam punidos", afirmou o advogado do clube, Cristiano Claus, que acompanhava Aranha na sexta (dia 29) durante o registro do Boletim de Ocorrência.

À polícia, o goleiro de 33 anos indicou ao menos quatro pessoas envolvidas nos xingamentos. Com base em seu depoimento, o Ministério Público abrirá um processo por injúria racial contra os participantes.

Racismo no Brasil é um crime inafiançável e não está sujeito à prescrição, mas só pode ser classificado assim quando as ofensas atingem um grupo de pessoas.

No caso do jogo entre Santos e Grêmio, o delito deve ser considerado injúria racial, já que só uma pessoa foi ofendida. A pena é reclusão de um a três anos, além de multa.

"Clube que tem estrela no brasão para homenagear Everaldo [campeão mundial em 1970] e hino escrito por Lupicínio Rodrigues, ambos negros, não é racista", afirmou o dirigente Hein.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página