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Paulo Vinícius Coelho

Brasileirão sem saída

Hoje, as convocações da seleção têm mais efeito na tabela do que o êxodo de jogadores, quase inexistente

O centroavante Gabriel, do Santos e da seleção sub-20, recebeu sondagens de clubes da Inglaterra e da Itália, nos últimos dois meses. "Alguns agentes telefonam e dizem que há clubes interessados, mas não houve nenhuma proposta concreta", diz o presidente do Santos, Odílio Rodrigues.

Suspenso pelo terceiro cartão amarelo, Gabriel não enfrenta o Botafogo hoje, mas será jogador do Santos durante todo o segundo turno do Brasileirão.

O mercado europeu fecha amanhã e só produziu duas vendas importantes para clubes da Liga dos Campeões. O Grêmio negociou o lateral-esquerdo Wendell para o Bayer Leverkusen, e o São Paulo cedeu o lateral direito Douglas para o Barcelona.

O Cruzeiro recusou 16 milhões de euros para negociar o meia Ricardo Goulart com o Monaco (FRA). Fora isso, é o pior mercado dos últimos 30 anos para os clubes brasileiros.

Em 2003, ano da primeira disputa do Brasileirão por pontos corridos, 60 jogadores começaram o campeonato e não terminaram, porque foram negociados antes. Kaká para o Milan, Kleberson para o Manchester United e Júlio Baptista para o Sevilla foram os destaques.

No ano passado, só 25 saíram.

No início dos Brasileirões por pontos corridos, com campeonatos de maio a dezembro, o êxodo tinha efeito direto para definir o campeão.

Quando vendeu Robinho, em agosto de 2005, o Santos era líder empatado com o Corinthians. Sem seu melhor jogador, terminou aquela temporada em décimo lugar.

Hoje as convocações da seleção têm mais efeito na tabela do que o êxodo, quase inexistente.

Há três razões para o fim dos negócios. "A recessão é mundial", diz o agente de jogadores Jorge Machado. Isso não impede que o Manchester United gaste 80 milhões de euros para tirar o argentino Di María do Real Madrid. Mas dificulta o Milan para fazer proposta por Gabriel, como se especulou na sexta-feira.

"Alguns ganham mais aqui do que ganhariam lá", admite o diretor do Cruzeiro Alexandre Matos.

A terceira razão é a crise técnica. O Brasil não produz mais jogadores como no passado. Não há craques indiscutíveis no Brasileirão atual. O vexame do 7 a 1 também deixou os times da Europa reticentes para compras dos melhores daqui.

Se Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart trocassem o Cruzeiro pelo Manchester United, provavelmente ficariam no banco de reservas. Não se deve esquecer que, nos últimos dois anos, Neymar, Lucas e Oscar saíram do Brasileirão. Hoje, são importantes nos elencos de Barcelona, PSG e Chelsea, respectivamente.

Assim como há uma mistura de razões para o êxodo diminuir, pode haver efeitos nocivos e positivos pela permanência de mais jogadores importantes. Manter elencos por mais tempo pode representar um campeonato melhor e times mais fortes, em médio prazo.


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