Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Juca Kfouri

E o esporte, minhas senhoras?

Duas mulheres no jogo que exige a discussão do esporte como atividade essencial na vida nacional

Agora que parece claro que a morte de Eduardo Campos sepultou Aécio Neves com a candidatura de Marina Silva, resta saber o que pensam as duas mulheres que disputam a presidência sobre o esporte no Brasil às vésperas da Olimpíada no Rio.

A saída do páreo do tucano significa o alívio de afastar a volta de Ricardo Teixeira, mas é só.

Dilma Rousseff teve quatro anos, e o PT 12, para pouco fazerem além de nomear dois ministros problemáticos e um caricato.

A exemplo dos governos anteriores, não se pensou jamais no esporte como fator de saúde pública, como meio de prevenção de doenças. Nunca se levou em conta o dado da Organização Mundial da Saúde: cada dólar investido em democratização do acesso à prática esportiva redunda na economia de três em tratamento de doenças.

Formar campeões, ganhar medalhas, motivações importantes para a atividade esportiva da população em geral, devem ser consequências da massificação e não a prioridade de um país ainda tão carente.

O futebol como paixão nacional e patrimônio cultural do povo brasileiro, assim consagrado na Constituição Federal, também passou ao largo na maior parte do tempo, embora, no apagar das luzes, o Bom Senso F.C. tenha recebido a guarida devida do governo Dilma.

Será de bom tom que as candidatas dediquem atenção ao esporte em geral e ao futebol em particular em suas campanhas, além do que já consta nos programas de governo, em regra generalidades que não atacam as questões que envolvem a necessidade de democratizar o acesso ao poder nas entidades esportivas, a urgência em pensar os clubes de futebol como sociedades empresariais e em responsabilizar seus dirigentes por gestão temerária ou corrupção.

Provavelmente veremos agora uma corrida dos oportunistas para surfar no tsunami marineiro, já que Dilma Rousseff em nenhum momento se mostrou, com razão, simpática à cartolagem nacional.

Aécio Neves era o candidato dos cartolas, mas já era.

Marina Silva tem se apresentado como a representante da nova política. O avô de Aécio pregava a Nova República que ficou velha antes de vir à luz.

Se de fato o compromisso dela será o de governar com o que há de melhor no país, tanto o Bom Senso quanto os Atletas pelo Brasil deverão ser interlocutores obrigatórios ainda antes da eleição de outubro, para que todos possamos saber o que esperar numa área em que o gigante segue adormecido e que, ao se levantar, pode significar não só uma nova imagem para o Brasil, mas, também, importante fator de produção de empregos e riquezas.

A hora é esta.

Sempre se disse neste país machista que futebol é esporte para homem. Quem sabe se uma mulher não será capaz de fazer por ele o que os homens não fizeram?


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página