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Entrevista - Ganso

Na base, é valorizado o jogador que corre como um maluco

Meia do São Paulo, que volta hoje contra o Criciúma, critica formação de atletas e diz que deve se montar times 'para atacar'

BERNARDO ITRI DO PAINEL FC

Quase dois anos após chegar ao São Paulo, Paulo Henrique Ganso, 24, acredita estar vivendo seu melhor momento no clube.

Em entrevista à Folha, o meio-campista criticou a formação de jogadores no Brasil e afirmou que prefere jogar próximo do gol para "levar mais perigo" ao rival.

Ele também afirmou que, nos tempos de Santos, não estava completamente focado para jogar futebol.

De fora dos dois últimos jogos do São Paulo, ele volta a campo nesta quinta (4), às 20h, no Morumbi.

Seu time precisa vencer para avançar na Sul-Americana, já que perdeu por 2 a 1, em Santa Catarina. Vitória são-paulina por 2 a 1 leva a decisão para os pênaltis. Se levar dois gols, o São Paulo terá de vencer por dois de diferença.

Folha - Desde que chegou ao São Paulo, você não se machucou seriamente e, agora, está conseguindo ter uma sequência de bons jogos. O que mudou no Ganso "problemático" do Santos para esse atual?
Paulo Henrique Ganso - Em 2012, cheguei machucado. E em 2013 joguei bastante, fiz uma temporada boa. Teve uma mudança na cabeça, fiquei mais equilibrado. Tinha muita briga com a diretoria do Santos, não estava com a cabeça 100% para jogar futebol. Mudei meu estafe [deixou o grupo DIS e passou a ser agenciado por Giuseppe Dioguardi]. Ajudou bastante. Tentei uma coisa nova, como se mudasse de clube.

Você faz algum trabalho específico para evitar as lesões?
Eu faço trabalho de isocinética [análise muscular, que diagnostica possíveis desequilíbrios entre os músculos]. Quando tem jogo de quarta e domingo, eu faço de duas a três vezes na semana. A gente vê como está a musculatura das pernas para que elas fiquem iguais. Porque se estiver com diferença tem mais chance de lesão.

Acha que é o seu melhor momento da carreira?
Já tive momentos muito bons também. Mas esse é o meu melhor momento no São Paulo, principalmente porque estou com outra cabeça. Não é só o meu bom momento, mas do time também.

O Tostão defendeu que você, por ser armador, não precisa entrar na área. Já o Muricy Ramalho quer que você entre sempre. O que você prefere?
Eu gosto de jogar mesmo mais próximo da área. Acho que consigo levar mais perigo para o gol adversário, servir os atacantes. Claro que se jogasse mais atrás daria mais qualidade à saída de bola, mas prefiro ficar mais perto da área. Se jogar mais recuado, acho que dá mais vantagem para o adversário (risos).

Quem você vê no futebol que tem o estilo parecido ao seu?
Acho que o Özil joga no mesmo estilo. O Alex, do Coritiba, o Xavi, do Barcelona.

Como vê a formação de atletas no Brasil?
Na base, é valorizado o jogador que corre como um maluco. Porque não é só no profissional que tem cobrança por resultado, na base também tem. Na Copa São Paulo, os times jogam defensivamente porque, se empatar, vai para o pênalti. Então se forma time para defender e se valoriza o jogador que corre o campo todo. Tem que formar time para atacar.

E a falta de meias. Hoje, ou há meias-atacantes, que carregam a bola, ou volantes, que só pensam em marcar...
Não tem mais meias-armadores. São todos atacantes. São terceiros atacantes.

Com a chegada do Dunga, você espera voltar à seleção?
Minha cabeça é bem tranquila quanto a isso. Certamente vai surgir uma oportunidade na hora certa.

Como viu o caso de racismo com Aranha?
Espero que tenha alguma solução agora. Porque teve o caso do Arouca no Paulista e o caso do Tinga, mas não se resolveu nada.


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