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'Quando a gente erra, há leis', diz Aranha

JUSTIÇA
Goleiro do Santos reafirma que torcedora gremista deva ser punida de acordo com legislação brasileira

ALEX SABINO DE SÃO PAULO

"Como cristão", Aranha perdoa a torcedora gremista Patrícia Moreira, 23. Mas o goleiro do Santos deixou claro que deseja que ela seja punida de acordo com a lei.

No jogo entre Grêmio e Santos, pela Copa do Brasil, no último dia 28, Patrícia foi flagrada por uma câmera da ESPN Brasil chamando o jogador de "macaco". Ela poderá ser indiciada por injúria racial. A pena máxima para este crime é de três anos de prisão.

Chorando, a torcedora fez um pronunciamento em Porto Alegre, nesta sexta (5), pedindo desculpas a Aranha.

"Da minha parte, como cristão, como ser humano, eu precisava do pedido para desculpá-la. Isso não quer dizer que eu não quero que a justiça seja feita. Ela errou, tem as consequências. Como pessoa, a desculpo. Mas quando a gente erra, há leis para isso", disse o goleiro após o triunfo do Santos por 3 a 1 sobre o Vitória, pelo Campeonato Brasileiro.

A partida aconteceu na noite deste sábado (6), no estádio do Pacaembu.

A reportagem apurou que Aranha não queria dar a entrevista. Pretendia não falar mais no assunto. Foi convencido a mudar de ideia porque foram muitos os pedidos de órgãos de imprensa brasileiros e internacionais.

Mas ele não quer nem ouvir falar na possibilidade de se encontrar com Patrícia.

Programas de TV como o "Fantástico", da Rede Globo, tentaram promover o encontro. Ela mesmo disse querer pedir perdão pessoalmente.

"Não tem motivo para isso. Algumas pessoas poderiam achar que eu estava querendo me promover e isso atrapalharia a causa [da luta contra o racismo]. Não sou amigo dela, nunca fui e nem tenho interesse em conhecê-la. Ela pediu desculpas, está desculpada. Mas tem de pagar", repetiu o jogador.

Patrícia não é a única investigada pela polícia do Rio Grande do Sul. Aranha apontou outros torcedores que também o ofenderam racialmente. Considerou um erro os xingamentos recebidos pela torcedora nos dias seguintes. A casa dela foi apedrejada e acabou demitida do emprego em empresa terceirizada que prestava serviços à Brigada Militar do estado.

"Isso não pode acontecer. Até entendo que algumas pessoas estavam com isso engasgado, mas um erro não justifica o outro. Vi [em reportagens] que ela não é racista. Mas teve uma atitude racista", sentenciou.

Por causa do incidente, o Grêmio foi excluído da Copa do Brasil pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e recorreu da sentença.

"O que eu esperava, aconteceu. A maioria da população ficou do meu lado. O que ocorreu comigo vai servir para mudar a postura das pessoas e melhorar a educação", completou o goleiro santista, lembrando que se o STJD não tomasse nenhuma atitude a respeito "estaria concordando com essa situação."


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