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Após vaias, Aranha critica torcida gaúcha

BRASILEIRO
Desta vez, goleiro do Santos não sofreu ofensas raciais dos gremistas, mas reclamou de hostilidade

FERNANDA CANOFRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PORTO ALEGRE

Não foram ouvidas ofensas raciais, mas vaias, muitas vaias. E o goleiro Aranha, apesar de ótima atuação em campo, deixou Porto Alegre mais uma vez chateado.

Grêmio e Santos empataram num jogo sem gols, na noite desta quinta (18), mas a lembrança da partida da Copa do Brasil de 21 dias atrás, quando ele foi chamado de "macaco" por vários torcedores, esteve presente o tempo todo no novo confronto, desta vez pelo Brasileiro.

"Sempre procuro respeitar o adversário, a torcida. É triste [que aconteçam as vaias], parece que eles concordam com tudo o que aconteceu [injúrias raciais]. Tenho de fazer minha parte. Estou tranquilo, sou profissional. Mas que é triste, é triste", afirmou ele no intervalo do jogo.

O goleiro começou a ser vaiado e xingado (alguns torcedores gritavam "veado") antes da partida, quando ele foi ao gramado para fazer o aquecimento.

Enquanto Aranha se preparava em meio aos apupos, a banda da Polícia Militar do Rio Grande do Sul executava músicas de Lupicínio Rodrigues, compositor negro, autor do hino do Grêmio.

Com o jogo rolando, as vaias aumentavam sempre que o goleiro tocava na bola.

Imagens de TV mostraram que o Grêmio se precaveu para impedir que surgissem novas ofensas raciais, com seguranças pedindo calma aos torcedores mais exaltados.

O time gaúcho foi eliminado da Copa do Brasil devido às injúrias raciais dirigidas ao goleiro. A torcedora Patrícia Moreira, flagrada chamando-o de "macaco", está sob investigação policial.

'HIPÓCRITAS'

Depois do jogo, Aranha manteve as críticas aos torcedores gremistas.

Um repórter perguntou se ele havia percebido algo incomum nas manifestações da torcida, pergunta que o deixou claramente contrariado.

"Não ligo para vaia, mas não temos que ser hipócritas. Todo mundo sabe que a vaia hoje foi diferente, por tudo que aconteceu no outro jogo", afirmou o goleiro.

Responsável pela investigação do caso de racismo, o comissário Lindomar Souza, da Polícia Civil, esteve na Arena do Grêmio e classificou o comportamento da torcida nesta quinta como tranquilo.

"É teve vaia, mas não foi ofensivo. Vaia é coisa do jogo", afirmou à Folha.

O MELHOR EM CAMPO

As defesas de Aranha garantiram o empate em jogo em que o Santos se postou bem defensivamente. Foi ele o melhor em campo. Mas o time esteve mal no ataque.

O Grêmio teve mais domínio do jogo, mas tampouco conseguiu concluir com eficiência. Assim, o Santos ficou com 30 pontos (9º lugar), e o Grêmio (5º), com 36.


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