Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Fabio Seixas

D.E.R.R.O.T.A.

Nova ideia da FIA para a F-1, que passa a valer agora, só pode ser criação de um grupo secreto

Poucos sabem, mas a FIA há décadas mantém um setor secreto no terceiro subsolo de seu prédio na Place de La Concorde, 8, em Paris.

É o Departamento de Estudos Randômicos e Risíveis de Trapalhadas Automobilísticas. Mas pode chamar de D.E.R.R.O.T.A.

Nos tempos de comando inglês na entidade, com Max Mosley à frente, foi dirigido por um antigo espião americano, Maxwell Smart. Foi lá que surgiram ideias como os pneus com sulcos, os tempos agregados na definição do grid e levar a categoria para a Malásia.

Jean Todt chegou em 2009, manteve as atividades do setor, mas nomeou um compatriota para a chefia: Jacques Closeau. Um workaholic hiperativo e hipercriativo.

De lá pra cá, a F-1 adotou bicos com degraus, mudou o sistema de pontuação, inventou os pneus que esfarelam em duas voltas, levou a categoria para Coreia do Sul e Índia --para tira-la de lá logo depois.

Mas poucas criações deram ao grupo tanto orgulho como a que surgiu agora. Um "Index Prohibitorum" de termos e assuntos que não podem mais ser tratados pelo rádio ou exibidos em placas.

A começar porque a ideia traz a marca registrada do D.E.R.R.O.T.A.: confundir o público.

Afinal, para que dar ouvidos a especialistas em marketing que dizem que a F-1 está ficando muito complicada e que isso afasta o torcedor? Closeau e seu time são implacáveis.

O negócio é complicado. Quer ver?

Pilotos e equipes não podem falar sobre o ritmo de um rival, sobre ajustes no motor ou na caixa de câmbio, sobre a necessidade de poupar gasolina, sobre problemas no carro antes da largada.

Mas pilotos e equipes podem tratar de tempos de volta, de diferenças de tempo para um adversário, de escolha de pneus no pit stop seguinte, de tipo de pneus de um concorrente.

Não podem falar sobre ajustes na embreagem, sobre balanceamento dos freios, sobre temperatura e pressão dos pneus --mas esta última proibição, vejam só, passa a valer apenas a partir da etapa do Japão.

Mas eles podem falar sobre cores de bandeiras acionadas, estratégias de adversários, tráfego à frente.

As cerejas no bolo são duas e só podem ter sido propostas pelo próprio Closeau, lembrando seus antigos tempos na Sûreté.

A primeira: as equipes não podem responder perguntas direcionadas pelos pilotos com o objetivo de ajustar algo no carro. Exemplo: "Devo alterar o consumo de combustível?"

A segunda: estão proibidas quaisquer mensagens que possam parecer codificadas. Exemplo: "Lewis, sua tia Odete ligou aqui e te mandou um beijo."

Sensacional, não acha?

Agora corra. Este assunto é estritamente confidencial, e esta coluna se autodestruirá em cinco segundos.

fseixasf1@gmail.com


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página