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Juiz acusa seu chefe na CBF de corrupção

ARBITRAGEM
Excluído da Fifa, árbitro carioca ataca Sérgio Corrêa

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

O presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa, foi acusado de corrupção pelo juiz Gutemberg de Paula Fonseca.

O árbitro carioca foi retirado do quadro da Fifa na terça -é Corrêa quem define os brasileiros que integram a federação mundial. Fonseca pertencia ao quadro da entidade desde o fim de 2010.

"Isso é uma perseguição. Não existe nada tecnicamente que me tire da Fifa, mas perdi o cargo por não aceitar a interferência do Sérgio", afirmou Fonseca, 38, que decidiu se aposentar. Pelas normas da Fifa, um juiz pode trabalhar até aos 45 anos.

O juiz chamou o dirigente de "mariquinha, mentiroso e corrupto", em entrevista ontem à rádio Jovem Pan.

"Ele escala um árbitro prometendo uma nova escala caso o profissional atue bem. Entendo isso como corrupção. Antes do jogo, o Sérgio já promete algo ao juiz. Não aprovo isso", disse Fonseca, que trabalhou em só oito jogos na Série A em 2011.

Fonseca insinuou que Corrêa pediu favorecimento ao Corinthians num jogo do Brasileiro. "Em 2011, ele me colocou no jogo em que o Corinthians ganhou por 5 a 1 do Goiás. Antes, me ligou e disse: 'É jogo do Timão, hein?'. O que eu posso entender com isso? Que, se o Corinthians não ganha, eu posso nunca mais ser escalado", afirmou.

O árbitro disse que tecnicamente cumpriu as exigências da Fifa. Contou que ficou com a média de 8,38 nos jogos do Brasileiro, segundo avaliação dos observadores de arbitragem da CBF. Segundo Fonseca, a média exigida é de 8,10. No teste físico, o árbitro carioca conseguiu dar os 20 tiros exigidos pela Fifa.

"O Sérgio sequestrou a arbitragem nacional. Ele faz o que quer e não dá explicações sobre suas decisões. Por estar focado na Copa, o presidente da CBF não sabe o que está acontecendo lá", acrescentou o árbitro carioca.

A CBF, por meio de sua assessoria de imprensa, não quis comentar o assunto e disse desconhecer o teor das denúncias. E acrescentou que Fonseca deve buscar o caminho legal em virtude da gravidade das acusações.

Procurado pela Folha, Corrêa não atendeu os telefonemas da reportagem.

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