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Relatório questiona antidoping

PAN
Observadores independentes apontam que Guadalajara-2011 repetiu falhas do Rio-2007

MARIANA LAJOLO
DE SÃO PAULO

Relatório elaborado pela Wada (Agência Mundial Antidoping) apontou uma série de erros no controle de doping do Pan-Americano de Guadalajara, em outubro.

Muitos deles já haviam sido diagnosticados quatro anos antes, nos Jogos do Rio.

Pessoal despreparado, falha na coleta de amostras e problemas de documentação que colocam em risco o anonimato dos atletas testados foram alguns erros repetidos na última edição do Pan.

Por exemplo, como no Rio, foram aceitas amostras de urina diluída, o que dificulta a análise pelo laboratório.

Oficiais de controle também tinham pouca ou nenhuma experiência com os procedimentos, gerando confusão e erros no preenchimento de formulários que prejudicavam o anonimato.

Na papelada das amostras, o competidor deve ser identificado apenas com números, seu nome deve ser mantido em sigilo no processo.

Durante os Jogos, observadores internacionais independentes acompanham o processo antidoping e produzem um relatório para a Wada, que aponta erros e indica medidas a serem tomadas para o próximo evento.

"Achei o relatório bom. Muitos dos problemas apontados foram porque tivemos muitas dificuldades locais. Pode acontecer, ainda mais num universo de tantos testes", afirmou Eduardo de Rose, coordenador do antidoping no Pan do México.

"Alguns aspectos foram bem, outros temos de melhorar para a próxima", disse o médico, também responsável pela área de doping do COB (Comitê Olímpico Brasileiro).

Em Guadalajara, foram feitos 1.501 exames, e só um caso positivo foi registrado, o do canadense Aaron Rathy, que cedeu a medalha de prata no wakeboard para o brasileiro Marcelo Giardi.

Além de falhas de procedimento, o relatório destaca a precariedade de instalações usadas para coleta em várias arenas do Pan-Americano.

Houve também problemas nos exames feitos fora de competição. Por isso, algumas coletas previstas nem sequer foram realizadas.

A maior dificuldade, segundo os observadores, foi conseguir, via comitê organizador, a lista de atletas que já estavam em Guadalajara e o local em que se hospedavam.

Também, segundo os observadores, algumas delegações não quiseram cooperar e entregar os números dos quartos em que estavam os atletas que seriam testados.

Queriam eles próprios avisar os competidores de que seriam submetidos a exames, acabando com a "surpresa" necessária no processo.

Segundo o relatório, um dos problemas ocorreu com o chefe de missão brasileira, Bernard Rajzman, que bateu boca com o pessoal de controle. "Foi uma situação pessoal que tratamos de contornar. Depois, não tivemos mais problemas", disse De Rose.

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