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Tostão

Na medida certa

Pós-Copa, alguns times mudaram o jeito de jogar; o Cruzeiro manteve seu jeito, equilibrado e eficiente

Apesar de, na média, ser ruim o nível técnico do Brasileirão, noto, pós-Copa, uma evolução da maneira de jogar de várias equipes. Os enormes espaços entre defesa, meio-campo e ataque, característica de nosso futebol nos últimos tempos, têm diminuído. Porém, há menos gols que nos campeonatos anteriores.

Muitos times têm iniciado a marcação a partir do meio-campo, para diminuir os espaços na defesa, seguindo um dos modelos do Mundial.

Mas, quando recuperam a bola, têm enorme dificuldade para chegar ao gol, pela pouca qualidade individual, pela distância da área rival e pelas escolhas erradas, entre o passe curto e a posse de bola e o jogo mais rápido e com lançamentos longos. É impressionante como se dá a bola facilmente ao outro time.

O Sport, contra o Cruzeiro, marcou bem atrás, com nove jogadores, mas não incomodou Fábio. Daí, o 0 a 0. É a mesma dificuldade do Corinthians e do Grêmio, que dependem demais de Guerrero e de Barcos. Em compensação, o Grêmio não sofre gols há oito jogos, uma marca excepcional.

Algumas equipes, como Inter e Fluminense, atuam em espaços reduzidos, com os zagueiros adiantados e próximos ao meio-campo e ataque, como fizeram a Alemanha e outras seleções na Copa. Às vezes, o Atlético-MG faz o mesmo. Contra o Vitória, Victor tirou duas bolas com a cabeça, fora da área, à la Neuer, em lançamentos nas costas dos defensores.

Nas três semanas em que estive fora, disseram maravilhas do quarteto do São Paulo, especialmente de Kaká, por seu dinamismo e participação coletiva. Assisti aos três últimos jogos, e ele e o time jogaram mal. Segundo alguns comentaristas, que não se limitam a repetir o que a maioria diz, Kaká não foi brilhante nem decisivo, mesmo nos jogos em que foi superelogiado. Nos dois gols contra o Corinthians, ele cobrou faltas, sem fazer nada especial, e foi tratado como se tivesse feito dois lances espetaculares.

Se o Palmeiras esquecesse que é um clube grande e tivesse jogado, desde o início, marcando mais atrás, para contra-atacar, como têm feito até as melhores equipes, estaria mais bem colocado, ainda mais se Valdivia não fosse tão instável, tão ausente.

Valdivia é um desses habilidosos, criativos, que seria um craque nos campeonatos de pelada ou de veteranos, mas que não consegue ser um razoável atleta profissional.

O Cruzeiro é, taticamente, a equipe mais organizada, equilibrada e eficiente. Não é moderna nem antiga. Não mudou a maneira de jogar pós-Copa. Não privilegia o ataque nem a defesa. Não marca muito à frente nem muito atrás.

Não há faltas nem excessos. Não dispersa nem flutua. Desliza no gramado e na realidade, tudo na medida certa, característica importante para um campeonato de regularidade, longo e por pontos corridos.


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