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Santos quer quitar dívida fiscal para incluir projeto de um novo CT da base em lei de incentivo

Ricardo Nogueira/Folhapress/05
Reforma do gramado de campo do CT de base do Santos
Reforma do gramado de campo do CT de base do Santos

LEONARDO LOURENÇO
de são paulo

No ano em que completa seu primeiro centenário, o Santos pretende dar início ao projeto que entende ser o de sustentação do clube pelos próximos cem anos.

A diretoria quer recuperar, ainda em 2012, sua CND (Certidão Negativa de Débito), para que possa incluir a construção de um novo centro de treinamento para as categorias de base na lei de incentivo do Ministério do Esporte.

Para isso, porém, terá que quitar uma dívida fiscal estimada em R$ 8 milhões.

"Herdamos uma situação em que há um débito que inviabiliza a nossa CND", disse o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro. "Não conseguimos quitar porque pagamos uma taxa de juros de R$ 1,5 milhão todo mês de dívidas bancárias que consome parte considerável do caixa."

A ideia é, com a CND, emplacar o projeto de construção de um novo CT da base na lei de incentivo e captar recursos no setor privado.

A lei prevê o repasse de até 1% do Imposto de Renda devido pelas empresas e 6% do de pessoas físicas para projetos esportivos. Não é permitido usar a verba captada para contratação ou pagamento de salário de atletas.

O Santos admite dificuldades, ao menos a médio prazo, de competir em receitas com outros clubes. E quer que os times de baixo sejam o alicerce para a formação das equipes profissionais.

"Planejamos uma revolução na base do Santos. Queremos um padrão que abasteça o time principal com jogadores, como já faz o Barcelona", afirmou Luis Alvaro, citando o rival da final do Mundial, em dezembro.

"Eu saí do Japão com outra visão do futebol e quero implementar uma nova filosofia esportiva. O Muricy [Ramalho] já começou a participar disso", completou.

"O técnico será o maestro dessa orquestra. Ele vai dizer qual o nosso estilo de jogo e vai passar para a base preparar esses jogadores para que subam na mesma sintonia."

Para ter condições de reconquistar a CND, que o clube perdeu em 2008, a ordem no Santos é economizar.

Essa é parte da razão que fez a diretoria desistir do futebol feminino e do futsal. Juntos, custavam cerca de R$ 9 milhões por ano, sendo que dois terços saíam dos cofres do Santos -R$ 3 milhões eram de patrocinadores.

"Há cem anos o objetivo principal do Santos é futebol. Outros esportes só fazem sentido se forem autossuficientes. O resto é o enfeite do bolo, futebol é a massa. Se tivermos dinheiro, colocamos granulado", disse Luis Alvaro.

O projeto do CT ainda é embrionário e depende da CND. O assunto, porém, já é debatido entre os membros do comitê de gestão e diretores.

Atualmente, o Santos conta com o CT Meninos da Vila para os treinos da base.

O sonho da diretoria é dispor de um local que suporte estrutura com 120 mil m², quatro vezes maior do que a atual. A cidade de Cubatão é a preferida para receber o CT.

Até o valor da obra já foi estimado entre R$ 20 milhões e R$ 22 milhões. O plano é captar a maior parte via lei de incentivo. "Já temos as fontes [do dinheiro], os parceiros. Só nos falta a CND, que esperamos para o segundo semestre", concluiu Luis Alvaro.

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