Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Juca Kfouri

Da medalhinha pra cima

Sai o Fla-Flu do primeiro turno e entra o Gre-Nal no segundo, com caneladas e muitas bolas nas costas

Bobagem imaginar que futebol e política não se misturam.

Tudo se mistura com política, desde o modo de tomar café da manhã.

Aécio Neves começou a ter a votação que teve ao ser o melhor, entre os três que poderiam chegar ao segundo turno, no debate da Globo.

Capaz de sorrir, de brincar, só perdeu a pose ao botar o dedo no rosto de Luciana Genro e ter de tirá-lo rapidinho.

Marina Silva era a derrota estampada no rosto e Dilma Rousseff jogou pelo empate, regulamento embaixo do braço, na retranca e mal-humorada.

No sábado, Aécio viu seu Cruzeiro bater o Inter de Dilma, por mais que no domingo tenha amargado a eleição de um governador do PT no estado que governou e até ficado atrás da presidente em seu território. Quem não te conhece que te compre?

A diferença de votos entre ambos em Minas é, contudo, perfeitamente recuperável, coisa que ele deve providenciar rapidamente.

Difícil será o PT virar em São Paulo, onde a diferença é gigantesca e onde, mesmo em São Bernardo do Campo, Dilma perdeu feio.

O clima paulista não é nem de Fla-Flu eleitoral, pois lembra a Revolução Constitucionalista de 1932, quando, aliás, os revoltosos apanharam de gaúchos e mineiros.

O PT colhe o que plantou, a exemplo do que se deu com o espanhol PSOE, tão puro na origem, mas tão contaminado pela corrupção ao chegar ao poder que acabou derrotado pelo PP, da direita.

Agora terá de reagir, tentar voltar às origens e, em São Paulo, missão mais para Lula que para Dilma.

Será imperioso mostrar, por exemplo, quanta corrupção também aconteceu nos governos que precederam os do PT e ficou impune.

Esperto, Aécio Neves já acena até para o Bom Senso F.C., com Ronaldo Fenômeno como emissário, embora ambos tenham sempre feito a opção por Ricardo Teixeira e José Maria Marin.

Claro que, diferentemente do que se acostumou em Minas, onde calou a imprensa com publicidade e pedidos de cabeças de jornalistas críticos, o mineiro terá de se acostumar a levar chumbo como já está acostumada a mineira/gaúcha.

Se antes do primeiro turno o clima já era de Fla-Flu, agora será de Gre-Nal.

"Nós contra eles", "pobres contra ricos", "esquerda contra direita", embora nem o PT seja propriamente de esquerda nem o PSDB seja exatamente de direita.

A melhor metáfora futebolística por ora está no fato de ele ser cruzeirense e ela atleticana.

O Galo é o mais popular e vingador.

O Cruzeiro lidera.

O PT tenta o tetra, o PSDB tenta quebrar o tabu depois de três derrotas seguidas em dois turnos e mais uma no último domingo.

O jogo será duríssimo e não faltarão caneladas, bolas nas costas, pontapés da medalhinha pra cima.

Quem sobreviver vencerá.

A quem o eleitorado mostrará o cartão vermelho?


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página