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Juca Kfouri

Aqui não, mas na China...

Seleção brasileira tem sorte no começo, e competência depois, para vencer o forte time argentino em Pequim

A favorita Argentina exerceu sua indiscutível superioridade de time formado e mais talentoso até que Diego Tardelli se aproveitasse de um erro da zaga adversário para fazer 1 a 0, no Ninho de Pássaro, em Pequim, logo depois da metade do primeiro tempo.

Um gol belíssimo, difícil, de primeira, que significou o marco divisório de um clássico em que os argentinos dominavam e criavam com absoluta tranquilidade até sofrê-lo.

Dominavam uma seleção brasileira humilde, consciente de sua inferioridade e nervosa no início, a ponto de o experiente Miranda ter feito um pênalti em Aguero, para sorte de Dunga não observado pelo fraco árbitro chinês, pênalti que se convertido poderia ser catastrófico para o desempenho nacional.

Poderia, no condicional, porque ao fim do primeiro tempo, Danilo desarmou Di María na bola e o chinês inventou uma penalidade que Jefferson tratou de defender, com brilho.

Se a segunda metade da etapa inicial foi nitidamente brasileira, o segundo tempo quase inteiro também foi.

Luiz Gustavo virou candidato a ser a marca registrada da nova gestão Dunga que, para variar, se excedeu numa discussão sem noção com o auxiliar técnico da seleção rival.

O primeiro gol de Tardelli no primeiro chute a gol do time brasileiro mudou o jogo e permitiu uma tranquilidade que deu segurança aos cuidados defensivos de Dunga, com dois laterais que raramente foram à frente e com dois volantes que, secretariados por Oscar na função de roubar bolas, poucas chances deram aos adversários.

Então, William cresceu e Neymar perdeu gols que não pode perder, nem mesmo se o gramado for lastimável ou a poluição acima dos índices da velha Cubatão

Mesmo assim, a estrela brasileira jogou melhor que a argentina, porque Lionel Messi não teve folga e, se algumas vezes foi parado com faltas verdadeiras, noutras enganou o apitador, ao passo que o brasileiro apanhou até de seu companheiro de Barcelona, Mascherano.

David Luís, mais contido que nos jogos da Copa do Mundo, virou-se como pôde numa defesa em que só ele tomou os dez gols alemães e holandeses.

Que Diego Tardelli é muito mais atacante que Jô sabíamos todos, da torcida do Galo à paulista que os viu nascer e crescer no São Paulo e no Corinthians.

Quem não sabia ou não quis saber talvez esteja hoje com profundo arrependimento na direção do Grêmio...

De resto é inegável que a indiscutível vitória brasileira, com direito a um segundo gol de Tardelli, significa uma reconquista do respeito internacional e, tão ou mais importante, de confiança do próprio time, apesar de seus limites.

Se para muitos ganhar da Argentina é mais gostoso, o fato é que vencer os vice-campeões mundiais que vinham de uma goleada sobre os campeões, embora desfalcados, mas na casa deles, pode significar o alento necessário para uma nova fase do futebol brasileiro tão carente em nossos gramados.


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