Com vitória fácil, Atlético ganha sua 1ª Copa do Brasil
CAMPEÃO
Sem dramaticidade habitual, foram dois triunfos sobre Cruzeiro
Diego Tardelli não havia feito nenhum gol na Copa do Brasil deste ano. Mas, na hora da decisão, ele apareceu.
Foi do centroavante, maior ídolo atual dos atleticanos, o gol do título que, se não é mais importante que a Libertadores de 2013, será o mais festejado por muito tempo.
Minas Gerais e o Brasil esperaram 93 anos para ver Atlético e Cruzeiro decidirem um campeonato nacional. Para o lado alvinegro do Estado, a espera valeu a pena.
Com duas vitórias, por 2 a 0 no jogo de ida e 1 a 0 na volta, nesta quarta (26), o Atlético ganhou não apenas a Copa do Brasil, título inédito.
Tem agora a honra de ter batido o arquirrival no clássico mais importante da história mineira. Tal feito, qualquer torcedor há de confirmar, vale mais que muitos dos troféus do clube.
A despeito da vantagem, o Atlético foi muito superior ao Cruzeiro. Na técnica, na vontade e até mesmo nas arquibancadas. Os 1.813 atleticanos no Mineirão gritaram mais alto que os mais de 40 mil celestes durante o jogo.
O Cruzeiro fez um de seus piores jogos no ano e foi atropelado em casa. Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, destaques na conquista do Brasileiro, sumiram em campo.
A verdade é que, acostumado a vitórias épicas no torneio, o Atlético teve vida fácil ante seu arquirrival.
Por ter disputado a Libertadores deste ano, o Atlético-MG iniciou a Copa do Brasil já nas oitavas de final, duelo tão fácil quanto as finais. Não tomou conhecimento do Palmeiras: 1 a 0 no Pacaembu, 2 a 0 no Independência.
Nas quartas, teve pela frente outro paulista --e muito mais dificuldade. Do Itaquerão, saiu derrotado pelo Corinthians por 2 a 0. No Mineirão, ainda saiu atrás. Veio então a primeira virada heroica: o último gol do 4 a 1 só saiu aos 41 min do segundo tempo, com Edcarlos.
Na semifinal, em seu pior jogo na campanha, perdeu para o Flamengo por 2 a 0, no Maracanã. No Mineirão, mais uma vez, os alvinegros saíram atrás. De novo, buscaram o necessário 4 a 1. Desta vez, com Luan, aos 39 min.
Na primeira partida da final, o Atlético abriu mão de mandar o jogo no Mineirão e de uma arrecadação histórica. Em vez disso, reuniu cerca de 18 mil pessoas no Independência. Luan e Dátolo fizeram no bairro do Horto os dois gols que deram a vantagem ao Atlético-MG para a segunda final. Quem poderá dizer que não valeu a pena?
É alentador que mais de 45 mil pessoas tenham presenciado, no Mineirão, ao grande jogo do futebol brasileiro no ano. Justamente no palco do maior vexame do futebol brasileiro --o 7 a 1 para a Alemanha, na Copa do Mundo.
Que a rivalidade mineira tenha exorcizado os fantasmas daquele 8 de julho.