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Resistente Sem títulos nem grandes resultados, Scolari, o mais longevo treinador entre os maiores clubes do país, inicia hoje o terceiro ano à frente do Palmeiras LUCAS REISDE SÃO PAULO Luiz Felipe Scolari começa hoje seu terceiro ano consecutivo à frente do Palmeiras. Nenhum outro treinador está há tanto tempo em um clube de ponta no Brasil. Contra o Ajax, em amistoso no Pacaembu, às 17h, o Palmeiras abre 2012 com um elenco repetido -só um reforço deve jogar- e um técnico que terá nova oportunidade de ser campeão. Desde que voltou ao Brasil, em julho de 2010, Scolari viu os outros 11 maiores times do país -os grandes de São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul- trocarem de técnico. Quatro foram campeões e resistem: Luxemburgo, Tite, Ricardo Gomes e Muricy. Outros levantaram taças e mesmo assim deixaram o cargo -Falcão, pelo Internacional, e Cuca, no Cruzeiro. No Palmeiras, Scolari sobreviveu a crises, derrotas e eliminações históricas, brigas internas e pressão da torcida. Mesmo sem nenhum título ou sequer uma classificação para a Libertadores, o técnico pentacampeão do mundo se mantém no clube. Em uma cultura imediatista, onde clubes dispensam treinadores a toque de caixa, Scolari goza de um privilégio raro chamado longevidade. São quase 19 meses, 103 jogos, 43 vitórias, 36 empates e 24 derrotas no período. Nesta segunda passagem pelo Palmeiras, o técnico gaúcho ganhou 53,4% dos pontos. Na primeira vez, entre 1997 e 2000, conquistou 58,4% dos pontos e vários títulos, inclusive o maior, a Libertadores. Hoje Scolari não tem Alex, César Sampaio, Paulo Nunes ou Oséas. Contenta-se com Valdivia, Marcos Assunção, Luan e Ricardo Bueno. E agora, para piorar, perdeu Marcos, seu homem de confiança desde outros tempos. Alguns dirigentes o defendem: ele tira leite de pedra. Outros o atacam: pelo tempo de casa, já poderia ter apresentado resultados melhores. Ele já teve oportunidades para deixar o Palmeiras. O São Paulo, ano passado, oficializou proposta. Depois, o Atlético de Madrid bateu à sua porta e levou um não. Ele mesmo costuma dizer que recebe várias sondagens todos os anos, de todos os cantos. Também pesa a sua multa. Se quiser deixar o Palmeiras, teria de pagar, hoje, cerca de R$ 2 milhões. Se o clube tentar se livrar dele, o valor é o mesmo. Scolari chegou a propor, no ano passado, acabar com a multa e deixar o caminho livre para os dois lados. O Palmeiras recusou. "Um dia [Scolari] está entusiasmado, um dia não", declarou o presidente Arnaldo Tirone nesta semana. O desânimo de Scolari passa também pelas dificuldades da diretoria. Ano passado, ele entregou uma lista de 12 reforços ao clube. Só um deles chegou, o lateral Juninho. Por sinal, o único reforço que estará no Pacaembu.
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