Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Campeão do UFC deve luta de R$ 2.000
MMA ENVIADO ESPECIAL AO RIO As bolsas do brasileiro José Aldo, que defende o título pena contra o americano Chad Mendes, no UFC Rio, giram em torno de US$ 200 mil. Mas o lutador tem uma dívida para fazer um combate por bolsa (valor pago ao atleta para lutar) de R$ 2.000. De origem humilde, pedreiro, praticante de jiu-jitsu, Aldo, que morava com os pais em Manaus, aos 16 anos comprou uma passagem aérea para o Rio, onde teria mais condições de viver do esporte. Ao desembarcar no Rio, chegou sem um centavo ao aeroporto Santos Dumont e andou, com bagagem e tudo, até a academia Upper, no Flamengo, para encontrar um amigo que lhe apresentaria aos donos do local. Mas o amigo não estava, e Aldo ficou o dia todo sem comer até ele chegar. Passou a morar na academia. Em 2004, Rodrigo "Minotauro" Nogueira organizava eventos de MMA (artes marciais mistas, em inglês) e boxe na Bahia, o Minotauro Fight. Já havia assistido a uma luta de Aldo em um evento de MMA, gostou e decidiu dar uma chance ao jovem. Fez o convite a Andre Pederneiras, técnico e líder da equipe em que Aldo treinava. Ele aceitou na hora. Mas a equipe que produzia o evento não conseguiu encontrar um adversário porque houve duas desistências. Pederneiras insistiu que Aldo precisava lutar e que poderia ser MMA ou boxe, mas mesmo assim foi impossível achar rival para a data. Como Pederneiras insistiu que o atleta lutasse, Minotauro decidiu que pagaria a bolsa: R$ 1.000 pela luta e mais R$ 1.000 de bônus por uma eventual vitória. O lutador ficaria devendo a luta, que pagaria numa próxima edição. "Era questão de sobrevivência", disse Aldo à Folha. O tempo passou, o manauara virou celebridade, mas ainda deve um combate. "Hoje sou campeão, mas vai ter uma hora que vou ter de fazer essa luta por R$ 2.000. Mas para ele [Minotauro] faço essa luta até de graça", promete Aldo, olhos distantes, como se a lembrar dos tempos de vacas magras. "Apostar em Aldo foi o melhor investimento da minha vida. Eu fiz a minha parte. Paguei a bolsa adiantado, agora não quero receber em dinheiro. Ele vai ter que lutar em um evento que eu produzir, meus R$ 2.000 vão virar centenas de milhares de dólares", brinca Minotauro. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |