Palmeiras dribla Corinthians e São Paulo e contrata Dudu, 23
MERCADO Clube aproveita momento de indefinição na negociação e acerta com atacante
Após a briga contra o rebaixamento em 2014, o Palmeiras prometeu dar momentos de alegria para a torcida. Ao menos um deles foi entregue nesse domingo (dia 11).
Pela manhã, o clube anunciou a contratação do atacante Dudu, 23, que pertencia ao Dínamo de Kiev (UCR).
Os dirigentes comemoraram não apenas a chegada do reforço. Ficaram contentes também por passar a rasteira em São Paulo e Corinthians, que due lavam pelo jogador que disputou o último Brasileiro pelo Grêmio.
"Quem não respeitava o Palmeiras agora terá de respeitar", disse, orgulhoso, o novo diretor de futebol palmeirense, Alexandre Mattos.
Enquanto o Corinthians e o São Paulo estavam há quase duas semanas tentando fechar a aquisição de Dudu, o Palmeiras precisou de só 24 horas para bater o martelo.
Na sexta (9) à noite, com o rascunho de proposta aprovada pelo presidente Paulo Nobre, Mattos conversou com Bruno Paiva, empresário do atacante, e também sondou o Dínamo de Kiev. Sentiu que era possível fazer negócio.
No dia seguinte, estava tudo acordado. O Palmeiras acertou a compra de 50% dos direitos de Dudu por R$ 9,5 milhões. Comprometeu-se a adquirir os outros 50% pelo mesmo valor.
O atleta vai assinar contrato por quatro temporadas com salário de cerca de R$ 300 mil mensais.
O São Paulo havia oferecido R$ 11 milhões para comprar 50% de Dudu. Já o Corinthians pagaria R$ 13 milhões por 60%. Nem um nem outro, portanto, propuseram pagar 100% dos direitos do atleta, como fez o Palmeiras.
TIROTEIO
O desfecho intensificou os conflitos entre os cartolas e os empresários.
O vice-presidente de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, criticou Bruno Paiva. "Ele deveria ter cuidado da carreira do garoto. O comportamento dele nessa negociação foi lamentável", disse.
Em nota oficial, a OTB Sports, empresa de Paiva com os empresários Fernando Paiva, Marcelo Goldfarb e Marcelo Robalinho, disse que Dudu não acreditava que o São Paulo era a melhor escolha.
No Corinthians, o clima esquentou ainda mais. O ex-presidente Andres Sanchez havia assumido as negociações e acertado os detalhes.
Dudu seria do Corinthians se o clube quitasse a primeira parcela (cerca de R$ 3 milhões) à vista ou arrumasse garantias bancárias do pagamento. O atual presidente, Mario Gobbi, negou essas duas condições, o que deixou Sanchez irritado.
Não bastasse esse mal-estar, os dirigentes corintianos se sentiram ofendidos pela nota da OTB, segundo a qual o clube passa por "processo latente de apequenamento que se dá dia após dia".
"O Corinthians conquistou todos os títulos nos últimos anos e tem uma gestão profissional", retrucou o diretor de futebol Ronaldo Ximenes, em entrevista à Rádio Globo.
A troca de farpas entre Corinthians e OTB pode ter desdobramentos, já que os cartolas terão de negociar com a empresa a renovação de contrato de Guerrero.
Acaba em julho deste ano o acordo com o atacante, que pede US$ 7 milhões de luvas e salários de R$ 500 mil mensais para continuar.