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Pressão

Para evitar os fracassos de 2011 nesta temporada, Luis Fabiano cobra comprometimento de seus colegas de São Paulo e planejamento da diretoria

LEONARDO LOURENÇO
DE SÃO PAULO

Uma chegada triunfal, uma lesão, duas cirurgias, poucos jogos (12) e ainda menos gols (sete). O 2011 de Luis Fabiano foi frustrante, assim como também foi o do São Paulo, sem títulos, outra vez.

Por um 2012 diferente, o centroavante de 31 anos cobra os próprios colegas.

"Existe uma pressão por um comprometimento maior do que o do ano passado, que foi lamentável", disse ele à Folha após o treino de ontem.

Folha - Como você está para o início desta temporada?
Luis Fabiano - Estou totalmente recuperado. Minha preparação está sendo melhor do que o esperado. Não estou tendo nenhum tipo de dor mais forte, faço tudo sem o menor problema. Depois de passar três anos sem fazer uma pré-temporada, a última foi com o Sevilla em 2008, agora eu consigo me preparar bem. Isso é importante.

Cumprir uma pré-temporada fará muita diferença a você?
Faz diferença, até porque são muitos jogos e, sem a preparação adequada, em certo momento do ano você começa a sentir lesões, a musculatura não aguenta. Vou estar preparado para aguentar mais jogos. Nos últimos três anos, eu joguei muito, mas me machuquei mais do que estou acostumado. Não sou um jogador de se lesionar com tanta frequência.

É forte a pressão pela conquista de um título neste ano?
O São Paulo é um time grande e todo ano tem a pressão e a obrigação de ganhar, porque está acostumado a isso. Quem está aqui hoje tem que ter essa consciência e estar preparado para essa pressão de vitória sempre. Neste ano, a pressão que existe é por um comprometimento maior do que o do ano passado, que foi lamentável.

Deu para identificar os motivos desta falta de comprometimento que você citou?
Desde o começo, se você não tem um planejamento legal, se as coisas não começam a dar certo, se a gente muda muito a filosofia do trabalho, a tendência é não terminar bem, como aconteceu no ano passado. Foi um conjunto de coisas que não fez a gente ter um ano bom. Alguns jogadores, por vários tipos de situações, estavam pensando em outra coisa, não no São Paulo.

O torcedor pode esperar algo melhor desta vez?
Espero que a gente consiga formar um grupo forte e competitivo, com cara de campeão. O campeão sai daqui, da pré-temporada, com um time competitivo, com vontade de ganhar. Estou aqui para isso, para deixar um quadro de campeão na parede.

Ainda pensa em seleção?
Se eu jogar tudo o que estou acostumado, pode pintar uma chance. Claro que, jogando no São Paulo e fazendo um bom ano, vão começar a pensar que o Luis Fabiano pode ter lugar na seleção. Mas não tenho obsessão, as coisas acontecem naturalmente, com tranquilidade.

Acha que o time da Copa de 2010 ficou estigmatizado?
É duro falar, mas realmente aquela seleção, que foi vitoriosa, ficou marcada pela derrota para a Holanda [2 a 1, nas quartas de final]. Merecíamos respeito maior. Depois da Copa, parecia que aquele grupo não valia mais nada, sem um jogador que poderia vestir a camisa da seleção de novo. Todos foram esquecidos, só se falava em renovação. A derrota dói para todos, mas a gente ainda tem valor. Foram muitas críticas, até injustas. Massacraram o Dunga. Mas temos que assimilar e seguir nosso caminho.

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