Piso da Rio-2016 afeta brasileiros, diz Nadal
TÊNIS Para o espanhol, país teria mais chance nas Olimpíadas se as disputas ocorressem no saibro
O tenista Rafael Nadal afirmou nesta quarta-feira (18) que o piso escolhido para as quadras de tênis dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, vai prejudicar atletas brasileiros.
Em entrevista à Folha, o espanhol se disse surpreso pelo fato de o país ter optado pela quadra dura e não pelo saibro, que em tese favoreceria os jogadores locais.
"Me surpreende o Brasil querer esse tipo de quadra [dura]. Até mesmo pela história que tem. Guga [Kuerten] foi um grande campeão especialmente em saibro."
"Seria lógico que fosse no saibro. Até para o [Thomaz] Bellucci, que poderia aspirar chegar à final, seria muito mais favorável a ele", disse.
A escolha do piso é feita pelo comitê organizador da Rio-2016 e pela Federação Internacional de Tênis.
De acordo com Nadal, os ingleses impuseram o uso da grama nos Jogos de Londres-2012 visando ao melhor desempenho de seus atletas.
A medida teve sucesso: o britânico Andy Murray conquistou a medalha de ouro.
"O tipo de quadra pode influenciar até mesmo a performance, como nos Jogos londrinos. Na época, estávamos no meio da temporada em quadra dura e tivemos de jogar em outro piso. O ideal seria usarem a lógica, mas sempre vão em busca de outros interesses", disse Nadal.
O espanhol, que nesta semana disputa o Aberto do Rio, está construindo um centro de treinamento com seu nome em Manacor, sua cidade natal. Para ele, o Brasil também precisa investir mais na busca por talentos e na preparação de jovens.
"Não acredito que falte talento em um país tão grande. É difícil imaginar. Creio que o necessário é ter boas academias e centros de treinamento para que o esporte seja mais desenvolvido. Entendemos que podem existir altos e baixos. Hoje em dia, o Brasil tem o Bellucci, mas acredito que precisa aspirar melhores posições", disse o número 3 do ranking, que defende o título no Rio.
Adepto de novas tecnologias, recentemente o espanhol anunciou que está usando uma nova raquete que colhe dados e informações dos ataques e lances ao mesmo tempo em que ele joga. "Tudo que se pode fazer para que o esporte evolua é válido."
Segundo Nadal, 2015 será um ano de análise e recuperação após as lesões e problemas enfrentados no ano anterior --ele ficou mais de seis meses afastado do circuito.
"Não sei onde posso chegar. Estou feliz de pelo menos poder voltar ao circuito. Não sei se vou conseguir voltar a vencer e ganhar títulos."