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À sombra, Teixeira se mantém no poder

2014 Dirigente coloca Ronaldo nos holofotes, mas ainda centraliza as decisões do Mundial brasileiro

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

Ricardo Teixeira conseguiu o que queria. Um mês e meio depois de convidar Ronaldo para integrar o COL (Comitê Organizador Local da Copa), o dirigente continua centralizando o poder no Mundial, mas bem longe dos holofotes.

Na visita de quatro dias da comitiva da Fifa pelo Brasil, comandada pelo secretário-geral Jérôme Valcke, Teixeira não apareceu em nenhum evento público nem sequer deu entrevista. Mesmo assim, ele pautou a agenda dos dirigentes da Fifa pelo país, que contou com reuniões em Brasília, visitas aos estádios de Fortaleza e Salvador, além de encontros no Rio.

Fora dos holofotes, o cartola não parou nesta semana. Teve uma série de reuniões com membros da Fifa e políticos. Na quarta-feira, almoçou com Valcke num restaurante sofisticado da cidade.

Mas, na hora das entrevistas, Teixeira preferia se ausentar e obrigava Ronaldo a representar o COL nas sessões. "Cooperar com a Fifa tem sido maravilhoso. É bom estar próximo ao povo brasileiro, transmitindo e recebendo alegria", disse Ronaldo, ao abrir ontem a entrevista ao lado de Valcke, e do ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

Embora tenha declarado que o país fará "uma excelente Copa", o ex-jogador não se mostrou muito entrosado com os detalhes do COL. Ao ser questionado sobre a divulgação do preço dos ingressos, ele disse que o assunto só seria discutido em março entre o COL e a Fifa. Logo em seguida, Valcke rebateu. O francês disse que espera definir todos os detalhes sobre ingressos no próximo mês.

Ronaldo aceitou trabalhar no COL em dezembro. Com isso, Teixeira pretendia amenizar as críticas com relação à organização da Copa e melhorar a interlocução com a presidente Dilma Rousseff.

O dirigente que comanda a CBF desde 1989 também quer ter mais tempo para a queda de braço com o presidente da Fifa, Joseph Blatter.

A Fifa pode divulgar até o fim do mês informações comprometedoras de Teixeira relacionadas ao caso ISL, ex-

-parceira da entidade. Ele teria recebido propinas da agência, que quebrou no início da década passada.

Ontem, a única declaração oficial de Teixeira foi dada ao site da Fifa. Nela, o presidente licenciado da CBF saudava Ronaldo na reunião de ontem da diretoria do COL com representantes da Fifa, realizada num hotel carioca.

"O presidente tinha outros compromissos. Foi uma decisão dele", disse Valcke, que não quis fazer comentários sobre o caso ISL.

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